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Cidades/Geral
Sexta - 11 de Agosto de 2006 às 14:40

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Orientar a população de como evitar e prevenir acidentes causados por animais peçonhentos como escorpiões, aranhas e serpentes são algumas das ações realizadas pela Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde (Ses), por meio da Gerência de Vetores e Antropozoonoses, setor responsável por desenvolver pesquisas e controle de acidentes provocados por estes animais, traçar os perfis e fazer o mapeamento dos casos no Estado. Em Mato Grosso, neste ano, já foram notificados e atendidos 1.016 acidentes provocados pelos mais diversos tipos de animais peçonhentos.

Conforme o coordenador da Vigilância e Saúde Ambiental, Oberdan Ferreira Lira, também é feita a capacitação dos médicos em toxicologia e soroterapia (tratamento com anti-veneno), assim como o treinamento de biólogos para a identificação correta dos animais. “Com base nos dados do Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificações (Sinam) as Vigilâncias Epidemiológicas e Ambiental fazem, nos municípios onde ocorre maior número de acidentes, ações educativas entre a população”, disse.

Oberdan alistou os municípios de Cuiabá, Colniza, Cotriguaçú, Tangará da Serra, Cáceres, Confresa e Rosário Oeste como sendo alguns dos municípios onde ocorre um maior número de notificações de acidentes. Já as cidades com as maiores taxas de incidência a cada grupo de 10 mil habitantes são: Juruena, Colniza, Cotriguaçú e Apiacás. A Saúde tem o serviço SOS Veneno, com o número 0800 – 646-2494 que pode ser usado para desfazer qualquer dúvida e dar auxílio aos interessados em saber mais sobre os cuidados com as serpentes.

A Gerência de Vetores e Antropozoonoses também possui um serpentário com aproximadamente 250 exemplares vivos entre aranhas, escorpiões e serpentes. Os animais além de serem usados para ações educativas em escolas e universidades também são utilizados pelo Corpo de Bombeiros e o Exército para treinamento. O serpentário pode ser visitado em horário comercial de segunda a sexta-feira em horário comercial.

Conforme Oberdan Lira, no Estado existem quatro gêneros de serpentes peçonhentas (possuem veneno e ainda um aparelho inoculador desse veneno, ou seja, presas), sendo elas: a jararaca, cascavel, surucucu e a coral. Ele explica que a jararaca é a que mais causa acidentes e ocorre em regiões de matas fechadas e de cerrado. Sua picada provoca inchaço, vermelhidão, necrose do tecido e podem surgir hemorragias que podem levar a insuficiência renal e, conseqüentemente, a óbito.

Já a cascavel ocorre em regiões abertas e com grandes quantidades de ratos. Uma de suas características é o chocalho que serve como um aviso de ataque à pessoa. O veneno provoca paralisia da musculatura, microcoagulos do sangue e também insuficiências respiratória e renal, podendo levar à morte.

A surucucu ocorre com mais freqüência na região Amazônica e é considerada a maior cobra venenosa da América do Sul, podendo chegar a 3,5 metros. Já a coral é que menos causa acidentes, porém, é proporcionalmente a mais letal. O veneno da coral ataca o sistema nervoso central.

Entre as aranhas, as que mais preocupam são a “Armadeira”, a “Marrom” e a “Viúva Negra”. Já os escorpiões com maior grau de letalidade, e que ocorrem no Brasil, são o “Tityus serrulatus”, o “Tityus bahianese”, o “Tityus Estigmurus” e o “Tityus Cambridgei (escorpião preto)”. “Em Mato Grosso existem espécies com baixa toxidade exceto o T. Cambridgei que ocorre em municípios como União do Sul, Cláudia e Marcelândia”, disse Oberdan Lira. No Estado, o último óbito provocado por picada de escorpião ocorreu em 2003 em Marcelândia.

Se alguém for picado, por uma serpente, escorpião ou aranhas, não deve amarrar ou tentar sugar o veneno no local da picada, aplicar borra de café, pimenta ou fazer qualquer outro tipo de intervenção sem fundamento, que pode ocasionar contaminação, necrose, amputações e até mesmo a morte da vítima. “Estes tipos de procedimentos não ajudam em nada e só piaram o caso”, reforçou Oberdan Lira. Segundo o coordenador a melhor coisa a fazer é lavar o local com água limpa e sabão, tentar deixar a pessoa calma e procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima para que receba o soro.

OUTROS SERVIÇOS - A Coordenadoria de Vigilancia em Saúde Ambiental também oferece o serviço de prevenção e atendimento a ocorrências de envenenamento por uso de plantas tóxicas. Oberdan Lira afirmou que a melhor arma para a boa prevenção contra o envenamento por uso incorreto de plantas tóxicas é a informação.

“Manter plantas longe de crianças, nunca usar remédios feitos de plantas sem orientação médica, não comer plantas desconhecidas e sempre usar luvas apropriadas ao lidar com as plantas são cuidados que podem salvar a vida de uma pessoa”, recomendou o coordenador. Ele lembrou que o cozimento de uma planta não elimina o seu veneno e que saber exatamente as espécies de plantas que crescem no jardim da pessoa é uma necessidade para evitar quaisquer acidentes de envenenamento por plantas tóxicas.

PLANTAS PERIGOSAS – “A maioria das plantas ornamentais são tóxicas”, avisou Oberdan Lira. “Elas requerem cuidados no seu manuseio e podem causar danos à saúde humana”, acrescentou. O coordenador enumerou algumas dessas plantas e os perigos que podem acarretar, ressaltando que essas são as mais comuns e são encontradas em vários jardins particulares:

A Espirradeira é uma planta que possui seiva leitosa que pode se ingerida, provocar alterações cardíacas e sorológicas, náuseas, vômitos prolongados e diarréia.

A Mamona provoca irritação nas mucosas, dores estomacais e hemorragia intestinal se suas folhas, frutos e óleo forem ingeridos.

A Coroa de Cristo é outra planta ornamental cuja seiva pode causar lesão na pele, inchaço, dores, queimação ou coceira nas mucosas evoluindo para vômitos, diarréias e lesão na córnea nos casos em que os olhos forem afetados.

O Comigo Ninguém Pode provoca o apodrecimento da pele onde sua seiva toca (necrose tecidual) e, se ingerida, pode provocar edema nos lábios, na língua e nas cordas vocais, ocasionando asfixia.

A Alamanda, a Costela de Adão, a Espada de São Jorge, e o Avelós foram outras plantas mencionadas como crescendo em vasos e jardins particulares e que requerem cuidados especiais no seu manuseio, podendo ocasionar acidentes tóxicos. “Em qualquer caso de ingestão acidental de tais plantas ou em que a seiva é ingerida ou manuseada por pessoas desprotegidas deve-se procurar a unidade de saúde básica mais próxima para que o usuário do SUS seja atendido e, se houver necessidade, encaminhado para atendimento especializado em envenenamento por tóxicos”, recomendou Oberdan Lira.





Fonte: 24HorasNews

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