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Internacional
Sexta - 11 de Agosto de 2006 às 01:59

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Qualquer produto químico de uso doméstico e em forma líquida, por mais insignificante que pareça, pode ser usado de forma mortal em aviões de passageiros, alertaram hoje analistas dos Estados Unidos.

O avanço tecnológico até agora tem sido insuficiente para criar uma defesa eficaz, acrescentaram. A advertência foi feita depois de a Polícia britânica frustrar um plano terrorista de atentados contra aviões de passageiros.

Segundo o secretário de Segurança Interna dos EUA, Michael Chertoff, os terroristas planejavam usar líquidos que, misturados, podiam se transformar em explosivos mortais. Se a conspiração tivesse sido bem sucedida, seus resultados teriam sido tão graves quanto os dos atentados do 11 de setembro de 2001, que mataram cerca de 3 mil pessoas.

Criminologistas e especialistas em terrorismo disseram à imprensa local que "há anos" vêm alertando para o risco que corre a aviação comercial de atentados com explosivos produzidos pela mistura de substâncias químicas de uso doméstico.

Steven Lancaster disse ao jornal "The Washington Post" que disfarçar as substâncias é muito simples.

"Tirar os líquidos originais de seus recipientes e encher de explosivos é muito fácil", explicou Lancaster, vice-presidente da Guardian Technologies, uma empresa fabricante de equipamentos de segurança.

A bordo do avião, combinar as substâncias seria tão fácil "quanto misturar gim e água tônica", comparou Paul Worsey, especialista em explosivos e professor de engenharia da Universidade do Missouri, em declarações ao jornal "The New York Times".

A maioria dos explosivos líquidos precisaria de um detonador. Mas qualquer aparelho eletrônico manual, como um rádio ou um telefone celular, tem energia suficiente para a função, segundo os técnicos.

Segundo James Jay Carafano, especialista em segurança interna da Heritage Foundation, uma instituição conservadora, as autoridades estão conscientes da ameaça dos explosivos líquidos. No entanto, até agora não conseguiram criar equipamentos para detectar as substâncias, disse também ao "The New York Times".

"Na realidade, esta era uma ameaça esperada", afirmou.

Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, as autoridades americanas têm intensificado as medidas de segurança em todos os aeroportos do país.

Foram contratados centenas de agentes de segurança, aparelhos de raios-X e detectores de metais foram instalados, e os passageiros se viram obrigados a entregar qualquer instrumento que pudesse ser usado como arma. No entanto, as medidas especiais procuram detectar armas metálicas, mas não conseguem perceber a diferença entre uma bebida isotônica e uma substância explosiva. Após a desarticulação do complô terrorista, as autoridades americanas proibiram todo tipo de recipiente com líquidos nas bagagens de mão dos passageiros em vôos rumo ao Reino Unido. A medida não se aplica nas outras rotas. Mas, segundo James Mayo, presidente da Associação do Transporte Aéreo, que reúne as companhias aéreas dos EUA, isso não é suficiente. "As autoridades deveriam aumentar o orçamento para o desenvolvimento e a pesquisa. À medida que a tecnologia do terrorismo fica mais avançada, nós também temos que avançar", disse ele ao jornal de Nova York.




Fonte: EFE

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