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Agronegócios
Quinta - 10 de Agosto de 2006 às 15:06

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Sojicultores de Mato Grosso, o maior produtor brasileiro da oleaginosa, querem novas mudanças nos recém-criados programas de apoio à comercialização de soja do governo, que permitiriam uma ajuda extra para a negociação de 4 milhões de toneladas, disse a Aprosoja-MT, entidade que representa o setor.

"Ainda temos 4 milhões de toneladas para comercialir no Mato Grosso," declarou o presidente da Aprosoja-MT, Rui Prado, por telefone, lembrando que a maior parte desse volume já foi entregue nos armazéns, mas está com preço ainda a fixar.

"E nós estamos ajustando uma proposta para o governo, mais uma vez, para ver se ele nos atende com relação a isso aí."

Segundo informações do mercado, o que a Aprosoja reivindica é uma maneira de fazer com que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) autorize o pagamento do prêmio para um produto que muitas vezes já saiu do Estado e até foi exportado, cujo preço, no entanto, ainda não foi fixado pelos produtores junto às tradings --as regras atuais só permitem a negociação da soja que se encontra no Estado.

O prêmio estipulado para grande parte da soja mato-grossense negociada nos leilões é de 100 reais por tonelada.

Consultorias privadas estimam que haveria para ser comercializada no Mato Grosso, no máximo, cerca de 1,5 milhão de toneladas da safra 2005/06, estimada em 15,8 milhões.

"Não acabou a soja não, tem muita soja, o problema ainda é grande," acrescentou Prado, explicando que se a comprovação do escoamento para os leilões pudesse ser feita de maneira global pelas tradings, e não por produtor, não haveria problemas legais. "As tradings nem sempre escoam a soja de um mesmo produtor, isso não está errado, depende do armazém..."

Uma fonte do mercado explicou que o setor produtivo tenta essa estratégica porque, embora o programa seja "excelente, ele veio um pouco tarde este ano."

O governo apenas anunciou ajuda à soja, algo que não havia realizado pelo menos nos últimos 20 anos, depois de diversos protestos e bloqueios a estradas chamarem atenção para a crise.

As mudanças nas regras são reivindicadas principalmente para o leilão de Pesoja, cujo prêmio é disputado por indústrias, tradings e exportadores, para a soja com preço a fixar.

No leilão de Pesoja da semana passada, que negociou subsídio para 1,5 milhão de toneladas para mais de 10 Estados, houve interesse por apenas 30 por cento dos contratos, o que indica que as regras não limitam apenas a participação dos mato-grossenses, embora esses últimos recebam a maior oferta.

A Aprosoja pede ainda que o governo antecipe o pagamento do prêmio aos arrematantes ou dê um crédito aos produtores.

Como essas mudanças, se ocorrerem, só acontecerão nos leilões da semana que vem, a expectativa para a negociação do prêmio para 3 milhões de toneladas, na sexta-feira, não é das mais favoráveis, a exemplo do baixo interesse da semana passada.

AJUDA PARA PRÓXIMA SAFRA

Ao ser questionado se a ajuda do governo pode ser importante para o plantio da próxima safra, Prado afirmou: "Vai ser isso aí que vai gerar o caixa, tanto para fazer frente ao endividamento, uma parte, logicamente, quanto para fazer aquisição de insumos para a próxima safra, já está em cima, não é?."

Prado estima que a ajuda adicional para a comercialização das 4 milhões de toneladas poderia significar a injeção de 400 milhões de reais no mercado.

Segundo o dirigente, a Aprosoja trabalha com uma estimativa de redução de área de 10 a 30 por cento. "A faixa é larga porque vai depender exatamente da ultimação das negociações de reescalonamento de dívidas, como também da disposição das tradings de estarem financiando os produtores, até porque 80 por cento do volume financiado no Mato Grosso é por conta das tradings





Fonte: 24HorasNews

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