Menina baleada por colega de seis anos passa bem

Está fora de perigo a menina de seis anos baleada por um colega da mesma idade, dentro da sala de aula da Classe de Alfabetização da Escola Municipal Sargento Euclides Alves de Araújo, em Belford Roxo (RJ), ontem à tarde. Antes da saída dos alunos, o menino deixou cair um revólver calibre 32, que estava escondido dentro de sua mochila.

O secretário municipal de Segurança de Belford Roxo, Francisco D¿Ambrósio, disse que o menino entrou com a a arma escondida, mas antes de terminar a aula, resolveu mostrá-la aos colegas que estavam nos fundos da sala. "A arma caiu e houve o disparo, que atingiu a menina. Felizmente ela passa bem", disse o secretário.

Socorrida por policiais do 39º BPM (Belford Roxo), a menina foi levada para o Hospital Municipal Jorge Júlio Costa dos Santos (Joca) e liberada após o atendimento médico. Segundo os médicos que a atenderam, ela foi atingida de raspão e passará por nova avaliação.

A menina contou à família que o colega parecia nervoso e, durante a aula, teria feito sinais para outro estudante indicando que tinha algo escondido na sua mochila. "Quando foi mostrar a arma para outro coleguinha, a arma caiu no chão e disparou. Minha sobrinha teve muita sorte", explicou uma tia da menina.

Pais e responsáveis que foram ao colégio buscar ou levar os filhos ficaram assustados quando souberam da notícia. "Estava levando meu filho de 10 anos quando vi uma confusão na porta do colégio. Todo mundo estava nervoso e sem saber direito o que tinha acontecido. Quando soube do tiro, nem quis deixar meu filho entrar na escola", contou a dona de casa Célia Regina Santos Marques, 42 anos, mãe de um aluno.

Mesmo diante da confusão, a direção da escola determinou que as aulas do turno da tarde não seriam suspensas. A pedido da 54ª DP (Belford Roxo), que investiga o caso, a sala onde houve o disparo foi fechada para que fosse feita perícia.

A Escola Sargento Euclides Alves de Araújo tem cerca de 800 alunos, todos do primeiro segmento do Ensino Fundamental. No momento do disparo, 23 crianças estavam na sala de aula. A professora, identificada apenas como Helen, também teria ficado muito assustada com o acidente, mas não foi encontrada para falar sobre o assunto.

Dono da arma já identificado O delegado da 54ª DP (Belford Roxo), Cláudio Nascimento, disse que já identificou quem é o dono do revólber calibre 32, mas ainda investiga como a arma chegou ao menino. Ele disse que o revólver não pertence ao pai do garoto.

A identificação do proprietário, segundo o delegado, foi possível através da numeração da arma. O nome está sob sigilo. Os responsáveis responderão a crime de lesão corporal e omissão de cautela de arma de fogo.

A secretária de Educação de Belford Roxo, Maízes Suhett Rangel, a diretora da escola, Denise Ferreira Carvalho, a professora e a mãe do menino prestaram depoimento ontem na delegacia. Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) não encontraram a cápsula deflagrada. Segundo o delegado, os pais do menino também responderão a inquérito.

"Eles têm que saber o que o filho leva na mochila", disse ele.