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Internacional
Quinta - 10 de Agosto de 2006 às 02:10

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Um tribunal federal de apelações de Atlanta (Geórgia) recusou hoje a repetição do julgamento de cinco cubanos condenados por espionagem a penas que vão de 19 anos à prisão perpétua, informaram fontes judiciais.

Rubén Campa, René González, Gerardo Hernández, Luis Medina e Antonio Guerrero alegavam que não tinham recebido um julgamento justo. Eles argumentavam que não podiam ter sido julgados em Miami (Flórida), onde vive grande parte dos exilados cubanos nos Estados Unidos.

No entanto, o juiz Charles Wilson, encarregado de justificar a decisão do tribunal, afirmou que "nada nos autos sugere que o juiz não poderia reunir 12 jurados justos e imparciais".

O veredicto havia sido rejeitado em agosto do ano passado por um painel de três juízes, que ordenaram a repetição do julgamento. Eles disseram que o ambiente anticastrista de Miami tinha impedido um julgamento justo. Mas o Governo recorreu ao tribunal de apelações.

Gerardo Hernández, Fernando González, Ramón Labañino, René González e Antonio Guerrero eram membros de uma rede de espionagem desmantelada no sul da Flórida em setembro de 1998. A operação levou à detenção de 10 integrantes.

Os réus foram declarados culpados de conspirar e operar como agentes estrangeiros sem notificar o Governo americano. Outros cinco acusados se declararam culpados num acordo com a promotoria. A acusação era de espionar instalações militares e infiltrar-se em grupos do exílio cubano.

Hernández, líder do grupo, foi condenado à prisão perpétua por sua ligação com a derrubada, em 1996, de dois aviões da organização do exílio cubano Irmãos do Resgate, além de conspiração para espionagem. No incidente morreram quatro pilotos, o que agravou as tensões entre Washington e Havana.

Quatro dos cinco espiões cubanos disseram durante o julgamento que seu objetivo era lutar contra "o terrorismo planejado, organizado e executado" por organizações do exílio cubano e não ameaçar a segurança interna dos EUA.

Guerrero e Labañino também foram condenados à prisão perpétua.

René González e Fernando González receberam penas de 15 e 19 anos de prisão, respectivamente.

Durante o julgamento, em 2001, Guerrero acusou os EUA de promover o terrorismo contra Cuba e comparou suas ações com as de soldados americanos no Afeganistão. "Meu país tem o direito inalienável, como qualquer outro, de se defender de atos terroristas", disse.




Fonte: EFE

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