Criminosos incendeiam centro de serviços em Campinas
Os criminosos usaram um engradado carregado de garrafas cheias de gasolina. Um segurança do local foi despido e apanhou durante dez minutos. Ele foi ameaçado de morte e levou coronhadas, socos e chutes.
Lembo inaugurou o CIC no dia 11 de julho. O evento teve a presença da secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, Eunice Prudente, do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), além de deputados e vereadores.
Em uma entrevista coletiva após a inauguração, o governador declarou que o comando do PCC "não domina mais" os presídios e que a situação nas cadeias "está sob controle".
"Hoje os presídios têm disciplina. Houve um período nos presídios em que não havia disciplina, e eles [presos] dominavam. Hoje não dominam mais. Está sob controle da Secretaria da Administração Penitenciária, dos agentes penitenciários e da PM", disse Lembo, na ocasião.
O CIC fica no bairro Vida Nova, na periferia de Campinas, e oferece diversos serviços como orientação social, emissão de carteira profissional, acesso à internet, entre outros.
De acordo com um dos dois vigias que estavam no local e que preferiu não se identificar, três dos oito criminosos pularam o alambrado e o fizeram abrir uma porta de vidro, sob a ameaça de um revólver. Em seguida, os demais invadiram o interior do centro.
Depois de ser despido, o vigia foi trancado em um banheiro. "Eles [criminosos] vinham me bater toda hora enquanto os outros incendiavam. Ele disseram que eram do PCC e que queriam matar a diretora e queimar tudo", disse o vigia, de 29 anos.
Foram destruídos 11 computadores utilizados pelas comunidades de ao menos 17 bairros vizinhos. Cerca de 200 pessoas usavam o serviço diariamente.
Os criminosos também incendiaram cadeiras, mesas, uma impressora, telefones e ventiladores. Eles dispararam tiros contra paredes e quebraram a porta do elevador.
Além dos dois vigias, uma secretária do CIC também estava no local. Ela e um dos vigias se esconderam na cozinha, embaixo da pia, e apagaram a luz do recinto. Como a porta da cozinha não tinha fechadura, eles a fecharam com um armário.
"Se eles [criminosos] tivessem nos visto, com certeza, todos seríamos mortos. O segurança que foi feito refém jurou para eles que não havia mais ninguém do prédio", disse a secretária, que também preferiu não se identificar. "Esse tipo de coisa nos incentiva a continuar o nosso trabalho", disse ela.
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