Doha fracassou por não atender países mais pobres, diz OMC
O enfoque adotado nas negociações "foi errado desde o início", já que não levou suficientemente em conta os interesses dos países em desenvolvimento, e se concentrou no "livre-comércio, mais que no comércio justo".
Embora se esperasse que as negociações dessem soluções para as necessidades dos países pobres e dos pequenos agricultores, "nunca se concentraram nestas questões" e, como resultado, sofreu um colapso em julho passado devido à "falta de imparcialidade em sua visão, processo e resultados previstos".
Pouco a ganhar Para a FAO, outro "fator decisivo" para o fracasso foi que os países em desenvolvimento "tinham pouco a ganhar em um acordo centrado nas necessidades dos grandes países desenvolvidos". Os objetivos da Rodada de Doha eram, "em grande parte, irrelevantes para os países menos desenvolvidos, que não viram benefício nos acordos passados sobre comércio agrícola promovidos pela OMC".
No entanto, é possível aprender lições desta situação e, quando os contatos forem retomados, Doha "deveria passar a ser uma verdadeira rodada de desenvolvimento, colocada de uma forma mais ampla e participativa".
A FAO considerou que a Rodada de Doha deverá tratar dos subsídios internos e do acesso aos mercados de modo que não prejudiquem o desenvolvimento.
Além disso, deverá abordar "de forma séria" as questões relacionadas à capacidade de provisão e aos investimentos necessários para que os países menos desenvolvidos se beneficiem das oportunidades de mercado que contribuem para o comércio justo.
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