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Internacional
Terça - 08 de Agosto de 2006 às 19:53

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O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, considerou hoje que os processos judiciais por crimes cometidos durante a ditadura militar "têm que ser mais rápidos".

"Quero pedir rapidez a todos os casos que estão na Justiça, mas especialmente em relação aos processos contra repressores que cometeram violações aos direitos humanos", declarou o governante.

"Vejo (os processos) um pouco lentos. Peço que os responsáveis não tenham medo, que avancem", disse, em alusão aos juízes responsáveis por causas relacionadas com a repressão ilegal do regime militar que governou o país entre 1976 e 1983.

Em seu discurso, Kirchner destacou que em 2005 a Suprema Corte de Justiça declarou a nulidade das leis de Ponto Final e Obediência Devida, criadas há duas décadas e que tinham livrado de julgamento mais de mil repressores do período da ditadura.

"Queremos Justiça, e para isso a inconstitucionalidade dessas leis, que é fundamental para o trabalho conjunto da sociedade", afirmou o chefe de Estado sobre a reabertura dos processos contra repressores, derivada da anulação das "leis do perdão".

Kirchner fez as declarações quatro dias depois de um tribunal de Buenos Aires ter condenado um ex-policial a 25 anos de prisão pelo desaparecimento de um casal argentino-chileno e o seqüestro de sua filha durante a ditadura.

O presidente argentino também usou tom irônico ao propor que fossem comparados o número de militares e de civis envolvidos em crimes de lesa-humanidade com a quantidade de prisões ilegais montadas pela ditadura, que segundo relatório oficial foram 488.

"Parece que houve mais campos de detenção que repressores, e que os detidos ficavam sob seus próprios cuidados", advertiu.

Em referência às condições especiais de detenção de alguns ex-militares, Kirchner se queixou de que "alguns seguem sendo tratados como algo que não são".





Fonte: EFE

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