Mulher é descoberta ao tentar jogar filho no lixo
Deisi, que tem outros seis filhos, estava dentro de um reservado no banheiro, sentada no vaso. Uma servente do terminal ouviu os gemidos e depois o choro da criança. Pediu ajuda para o fiscal da limpeza, que conseguiu convencer Deisi a abrir a porta do reservado. Depois, bombeiros levaram mãe e filho para a maternidade Carmela Dutra, no centro de Florianópolis.
Na manhã de hoje, a moradora de rua foi levada para o Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina (IPQ), no bairro Colônia Santana, município de São José. O menino continua internado na maternidade Carmela Dutra e está sob responsabilidade do Conselho Tutelar de Florianópolis.
Antes de ser internada no IPQ, Deisi prestou depoimento na Central de Polícia da capital. Segundo o delegado Acioni Souza Filho, responsável pelo caso, a moradora de rua não consegue entender o que está acontecendo. "Não diz nada com nada e as declarações (do depoimento) ficaram prejudicadas". Ainda de acordo com o delegado, ela deve ser autuada por abandono de incapazes e será pedido um exame de sanidade mental.
Acioni conta que perguntou a Deisi porque colocou a criança na lixeira. "Onde que eu ia botar?" (sic). A coordenadora do projeto Abordagem de Rua, da prefeitura de Florianópolis, Irma Remor Silva, confirma a perturbação mental da mãe. "Perguntei a ela o que a gente podia fazer. Ela disse 'não sei, a senhora que tem que me dizer'".
O menino, que nasceu domingo, é o terceiro, dos sete que ela tem, a ficar com o Conselho Tutelar. Segundo Irma Remor, a moradora de rua tem quatro filhos de um primeiro casamento. Todos vivem com o pai. Outras duas meninas, mais novas, de 2 e 4 anos, moravam com ela até dezembro de 2005, quando teve de sair da casa alugada em que vivia com o pai das meninas. Ela foi morar na rua e deu as crianças ao conselho tutelar.
Deisi é conhecida das assistentes sociais que trabalham com moradores de rua. Irmã Remor conta que há dois meses foi à rodoviária e por acaso encontrou Deisi no banheiro e chegou a perguntar se ela estava grávida. A resposta foi não. Foram feitas várias abordagens para levá-la para um abrigo, mas ela preferia ficar na rua.
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