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Polícia Brasil
Terça - 08 de Agosto de 2006 às 08:49

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A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e a Receita Federal apreenderam ontem cerca de R$ 300 mil em produtos eletroeletrônicos comercializados de forma irregular em quatro dos cinco estabelecimentos fiscalizados na rua Santa Ifigênia, região central.

As lojas foram alvo do primeiro dia da operação Ventania -"que vai soprar para todos os lados durante várias ocasiões", segundo fiscais da Receita. O objetivo é combater o contrabando, a pirataria e a sonegação fiscal em São Paulo.

Um dos estabelecimentos foi interditado pela Subprefeitura da Sé por não oferecer condições de segurança e por irregularidades em seu depósito.

A ação ocorreu 15 dias após reportagem da Folha mostrar que as blitze realizadas no final de 2005 e em março e abril deste ano não foram suficientes para inibir o comércio de produtos ilegais nos centros de comércio popular da cidade.

As cinco lojas fiscalizadas foram escolhidas a partir do cruzamento de dados de movimentação financeira com declarações de renda feitas à Receita Federal -a diferença entre o que informaram ao fisco e de fato movimentaram chegava até a 50%, segundo a Folha apurou. Foram alvo da operação: Mega-Som, Digital World, Target hometheather, Kalifas e Mundo das Antenas.

Nesse último estabelecimento não houve apreensão, mas o local foi lacrado por fiscais municipais por falta de segurança. "Apresentamos notas, e viram que trabalhamos com mercadoria nacional e importada de forma correta. Fomos fechados porque os fiscais do Contru [Departamento de Controle do Uso de Imóveis] encontraram madeiras em nosso depósito, o que nem sabíamos que era inadequado", disse Ferreira do Carmo, gerente do local.

Procurados pela Folha, proprietários e advogados das outras quatro lojas que tiveram produtos recolhidos não quiseram dar declarações ou não telefonaram de volta para a reportagem. Para transportar os produtos, a Receita utilizou um caminhão-baú.

A região já foi alvo em julho de 2002 e dezembro de 2003 de duas megaoperações de policiais e fiscais. Há três anos, mais de 1.000 homens confiscaram cerca de R$ 1 milhão em produtos vendidos de forma irregular em lojas e boxes da Santa Ifigênia.

Os 70 fiscais que participaram da operação encontraram mercadorias importadas sem documentação fiscal ou com notas fiscais de fornecedores de fachada. A Folha apurou que, em algumas notas, fornecedores declaravam ter como endereço a região da 25 de Março ou da galeria Pagé (rua Comendador Affonso Kherlakian) -ambos são considerados locais de alta concentração de fornecedores "fantasmas".

"Quando a mercadoria não têm origem, algumas empresas emitem nota fiscal para acobertar a entrada de produtos que vêm de origem ilegal", disse Antonio Carlos de Moura Campos, diretor-adjunto da Deat (Diretoria Executiva da Administração Tributária) da Fazenda paulista.

Ao cruzar os dados de fornecedores, o setor da inteligência da Receita identificou pelo menos seis empresas com fortes indícios de ser de fachada.

Enquanto fiscais entravam nas lojas, viam notas e carregavam produtos para o caminhão-baú, ambulantes vendiam "tranqüilamente" CDs de jogos piratas por R$ 10. "Hoje não é com a gente", disse um deles à Folha.





Fonte: Folha de S. Paulo

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