Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Terça - 08 de Agosto de 2006 às 08:40

    Imprimir


A ONU "continua alarmada devido à falta de acesso de seu pessoal a uma parte da população afetada" pela guerra no Líbano, disse hoje a porta-voz da organização em Genebra, Marie Heuze.

Diante dessa situação, os órgãos de ajuda das Nações Unidas buscam rotas marítimas e aéreas - como alternativas à via terrestre - para o envio de ajuda humanitária às áreas mais castigadas pelas hostilidades entre o Exército de Israel e a milícia xiita do Hisbolá.

A porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Christiane Berthiaume, afirmou que a falta de segurança e os danos sofridos por algumas das principais rotas do país nos últimos dias levaram seu órgão a examinar outras formas de fazer a assistência chegar às vítimas.

Berthiaume disse que a cidade de Tiro, no sul libanês, está "totalmente isolada" do resto do Líbano, e que a via marítima é a única alternativa viável para chegar ao local.

Além de alguns trechos de rotas terem ficado intransitáveis após os bombardeios de Israel, os motoristas têm "cada vez mais reservas para se deslocar até essa região", disse.

A porta-voz lembrou que caminhões do PMA estiveram envolvidos recentemente em dois incidentes graves, quando caíram mísseis próximo a eles.

Após confirmar o cancelamento de um comboio que devia partir hoje com direção a Tiro, Berthiaume expressou preocupação pela situação da população civil nessa área, pois "precisam de pelo menos dois comboios diários de ajuda, mas o ideal seria que chegassem seis".

Desde o início do conflito, há quase quatro semanas, o PMA conseguiu distribuir 404 toneladas de alimentos, suficiente para alimentar apenas 105.000 pessoas por semana, frente aos mais de 950.000 deslocados que precisam da assistência humanitária.

Enquanto isso, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) informou que uma carga de ajuda que esperava a possibilidade de chegar hoje a Beirute está bloqueada na fronteira sírio-libanesa, "à espera de uma autorização".

"Este seria nosso primeiro comboio desde que a estrada entre a passagem fronteiriça de Al Arida e Beirute foi bombardeada na quinta-feira passada, o que torna o acesso extremamente difícil", disse a porta-voz Jennifer Pagonis.

"É vital que os comboios entrem, considerando que as provisões em nosso armazém em Beirute diminuem a níveis alarmantes", acrescentou.

O Acnur calcula que, só na capital, há mais de 100.000 deslocados, mas afirmou que a situação mais difícil é para aqueles que estão em áreas do sul libanês que ficaram isoladas devido aos ataques e à crescente insegurança.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) também lamentou a falta de provisões para atender aos deslocados, e disse que as que entram "a conta-gotas" são "extremamente insuficientes".





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/284423/visualizar/