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Terça - 08 de Agosto de 2006 às 07:20
Por: Joanice de Deus

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As reservas indígenas estão entre os principais responsáveis pelos focos de calor registrados em Mato Grosso. Dados do satélite NOAA-12 do Inpe mostram que desde o início do período proibitivo de queimadas, em 15 de julho passado, até 6 de agosto deste ano, 157 focos (8% do total) ocorreram em áreas indígenas.

Entre as terras que mais queimaram estão o Parque do Xingu (45 focos), Paresi (31) e Capoto/Jarina (27). No total, já são 1.962 focos de calor registrados durante a proibição, que vai até 15 de setembro, em todo o Estado.

Desde o início do ano até o começo deste mês, somente as reservas foram responsáveis por 294 focos surgidos no Estado, o que corresponde a 5,28% de um total de 5.562. A situação preocupa as autoridades públicas ligadas ao meio ambiente.

Por serem áreas de responsabilidade federal, ainda ontem o superintendente da Defesa Civil em Mato Grosso, coronel Arilton Azevedo, encaminhou ofício à Fundação Nacional do Índio (Funai) expondo o problema e colocando o órgão à disposição para apresentar dicas e técnicas de controle e uso racional do fogo. A intenção é que o órgão federal faça um trabalho de conscientização junto aos índios, no sentido de evitar as queimadas neste período do ano em que o uso do fogo está proibido, inclusive, em reservas indígenas.

Conforme coronel Arilton, tradicionalmente as comunidades indígenas utilizam fogo para a caça de animais. Entretanto, além de queimarem em período proibitivo, um agravante é que os índios não fazem acero para impedir a propagação do fogo.

“Os animais são cercados pelo fogo já que normalmente as reservas são cortadas por rios e ficam acuados e facilmente capturados pelos índios”, disse. “É importante que os índios aprendam técnicas alternativas para evitar o uso do fogo”, acrescentou.

Muitas vezes, o fogo foge do controle e destrói áreas imensas da reserva como aconteceu na Reserva Indígena Tadarimana, dos índios bororos, em Rondonópolis, no passado. O incêndio de grandes proporções queimou mais de 30% da área. “Foi destacada uma força tarefa para o controle do fogo no local”, lembrou coronel Arilton.

A preocupação da Defesa Civil aumenta ainda devido a baixa umidade relativa do ar (URA). “Entre os dias 7 e 13 de agosto enfrentaremos o período mais seco do ano. A umidade do ar deve variar entre 16% e 20%. Diante dessa situação critica é preciso evitar as queimadas”.

A Defesa Civil enviou oficio à Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SEEL) recomendando a não realização de campeonatos enquanto a umidade estiver baixa. A exceção é a natação.

A Defesa Civil também manteve reuniões com representantes das Secretarias de Educação (Seduc) e Saúde (Ses). Arilton informou que será feito um acompanhamento sobre o número de atendimentos nos postos de saúde, policlínicas e prontos socorros. “Se os casos envolvendo doenças respiratórias aumentarem, medidas deverão ser tomadas”, enfatizou.




Fonte: Diário de Cuiabá

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