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Internacional
Segunda - 07 de Agosto de 2006 às 15:32

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Israel intensificou nesta segunda-feira a ofensiva no Líbano, onde o primeiro-ministro, Fuad Siniora, implorou, com lágrimas nos olhos, a ajuda dos países árabes para obter um cessar-fogo imediato em seu país, vítima de novos bombardeios que voltaram a fazer dezenas de vítimas.

No 27º dia de conflito, pelo menos 34 civis libaneses morreram nos bombardeios da aviação israelense no sul e no leste do Líbano, que registra mais de mil mortes desde o início da ofensiva. Em Israel, já são 95 mortos desde o início da ofensiva no dia 12 de julho, segundo números estabelecidos com base em fontes oficiais.

Israel bombardeou hoje as estradas e as aldeias do sul do Líbano, do vale de Bekaa, a leste, e os subúrbios da zona sul de Beirute, bastião do Hezbolá. Paralelamente, o primeiro-ministro libanês, Fuad Siniora, anunciou que os chefes da diplomacia árabe, reunidos em Beirute, apoiaram de forma inequívoca seu plano de sete pontos para pôr fim ao conflito entre Israel e o Hezbolá libanês.

Durante entrevista à imprensa, Siniora declarou que os ministros das Relações Exteriores dos 22 membros da Liga Árabe mostraram em Beirute "concordância total, total, total com as decisões do governo" libanês.

O Líbano solicitou que se modifique o projeto franco-americano de resolução do Conselho de Segurança da ONU para pôr fim às hostilidades entre Israel e o Hezbolá, em conflito desde 12 de julho. O projeto franco-americano pede "o fim completo das hostilidades", mas não menciona explicitamente um cessar-fogo "imediato" ou a retirada do exército israelense do sul do Líbano, onde mobiliza 10.000 militares.

O Líbano quer que o texto seja modificado para que exija a retirada das forças israelenses do território libanês imediatamente depois do fim das hostilidades. Uma delegação da Liga Árabe viajará à noite a Nova York para tentar obter na ONU uma modificação do projeto de resolução, indicou uma fonte oficial libanesa.

Já o Conselho de Segurança manterá na terça-feira um debate público sobre a situação no Líbano com a presença de vários ministros, anunciou o embaixador de Qatar na ONU, Abdulaziz Al-Nasser. Durante a reunião dos chefes da diplomacia árabe em Beirute, Siniora rompeu em soluços durante um discurso pronunciado ante os ministros, aos quais pedia ajuda para obter um "fim imediato e incondicional" do conflito no país.

"Não se pode questionar a identidade árabe do Líbano", disse com a voz entrecortada, sob um emocionado aplauso dos diplomatas árabes. Emocionado, o premier havia chorado antes, ao dizer: "Não aceitamos mais que o Líbano seja um campo de batalha para os combates de outros, quaisquer que sejam as justificativas".

Já o primeiro-ministro Ehud Olmert declarou que "não impôs nenhum limite à ação do exército" israelense no Líbano e que a ofensiva no país vizinho continua. "Nenhum limite foi imposto ao exército. A maioria do país sustenta a operação e está pronta para suportar o preço", declarou Olmert, citado num comunicado de seu escritório, durante uma visita do QG do comando norte em Safed, na alta Galiléia.

Esta decisão foi divulgada um dia depois de o Estado hebreu sofrer seu maior número de vítimas desde 12 de julho, com 15 israelenses mortos, 12 deles soldados, pelos foguetes lançados pelo Hezbolá ao norte de Israel.




Fonte: AFP

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