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Internacional
Segunda - 07 de Agosto de 2006 às 15:17

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A gigante do setor petrolífero British Petroleum anunciou nesta segunda-feira que a interrupção na produção de petróleo no campo da baía de Prudhoe, no Alasca, pode durar semanas, ou mesmo meses meses --o que acontece em um momento de picos de consumo de combustível nos EUA.

A empresa informou que irá substituir cerca de 25,7 quilômetros dos mais de 35 quilômetros de dutos de transporte de petróleo que ligam o campo de exploração da empresa ao oleoduto Trans-Alaska, depois que foram descobertos um trecho corroído e um vazamento.

A BP ainda não dispunha de uma estimativa de quanto iria gastar na substituição. Os dutos começarão a ser reabertos à medida em que estiverem seguros para entrar em operação.

O fechamento do campo deve tirar do mercado cerca de 400 mil barris por dia, quase metade da produção diária total nos campos no Alasca. A quantidade é uma parcela pequena em relação aos 20,7 milhões de barris consumidos diariamente no ano passado, mas as margens entre demanda e oferta são pequenas, e qualquer redução de produção é recebida com nervosismo por investidores.

A queda nos estoques de gasolina também afeta a confiança na capacidade de fornecimento de combustível no país. Em alguns locais dos EUA, o preço do galão (3,785 litros) de gasolina chegou a US$ 3 --o normal é um preço mais perto dos US$ 2.

A notícia foi recebida com pessimismo, pois chega durante o verão no hemisfério Norte, período em que o consumo de combustível nos EUA, particularmente a gasolina, tem forte crescimento. Com menos petróleo à disposição no mercado, pode haver menos oferta de combustível, o que deve elevar os preços do setor de energia como um todo nos EUA.

Combustíveis, inflação e juros

O efeito principal dessa alta de combustíveis nos EUA se dá na forma de pressões inflacionárias --que, por sua vez, têm sido enfrentadas pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano) através de altas de juros.

O presidente do Fed, Ben Bernanke, aliviou um pouco a tensão entre investidores e técnicos no mês passado ao lembrar que a economia americana vem passando por um processo de desaceleração --influenciado também pelas altas taxas de juros-- e isso pode contrabalançar o efeito inflacionário do aumento dos preços da energia.

Os juros nos EUA estão hoje em 5,25% e amanhã o Fed se reúne para decidir mais uma vez sua taxa. As expectativas --de manutenção do atual nível e de um aumento para 5,5%-- estão divididas, sem que haja um sinal mais favorável para uma ou outra escolha.





Fonte: Folha Online

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