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Fura-Fila, 10, consome R$ 675 milhões e permanece parado
A idéia do Fura-Fila completa dez anos em São Paulo, após consumir R$ 675 milhões dos cofres públicos, praticamente três vezes a quantia prevista por quilômetro quando ela foi "vendida" aos paulistanos.
Lançado nas eleições de 1996 pelo então candidato Celso Pitta, com aval do ex-aliado Paulo Maluf, ele deve ter seu primeiro trecho, de 8 km, que deveria ter sido concluído em 1998, em testes a partir de outubro e inaugurado até janeiro próximo.
E terá uma cara bem diferente da propaganda de Duda Mendonça, publicitário de Pitta naquela época.
O Fura-Fila, rebatizado de Paulistão por Marta Suplicy (PT) e de Expresso Tiradentes por José Serra (PSDB)/Gilberto Kassab (PFL), era para ser um ônibus elétrico biarticulado, guiado de forma mecânica entre canaletas e em pistas elevadas, com ar-condicionado, vidro fumê e som ambiente.
Quem participar da estréia vai se sentir como em um corredor de ônibus mais moderno. A tarifa será igual à do bilhete comum, e três estações serão entregues somente depois.
O veículo não será elétrico, mas semelhante aos convencionais, movido a diesel, a gás ou híbrido --que combina motor a diesel com a eletricidade gerada por seu movimento.
Os primeiros ônibus do trecho parque D. Pedro-Sacomã não devem ser nem novos, mas híbridos fabricados há três anos e recém-reformados.
O próprio motorista irá guiá-lo, sem canaletas. Nem todos deverão ter ar-condicionado.
Mas a maior distância do Fura-Fila de hoje em relação à previsão original divulgada aos eleitores há dez anos é a de caixa. A conta programada na época era de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões por quilômetro --depende do índice de correção. A soma das despesas até a conclusão do primeiro trecho, porém, deve ficar entre R$ 70 milhões e R$ 80 milhões/km.
A diferença é atribuída pela prefeitura a fatores diversos, que vão da previsão original subestimada à disparada de preços de alguns materiais, além das modificações nos projetos e dos prejuízos provocados pelas seguidas paralisações da obra.
Na avaliação de José Expedicto Prata, diretor da SPTrans, e de Jorge Bayerlein, gerente de obras do Fura-Fila, trata-se atualmente de um "outro produto". É como comparar laranja e mexerica, avalia Prata.
Um corredor de ônibus dos mais simples, utilizando vias já existentes, costuma sair por R$ 5 milhões/km. Um sofisticado, perto de R$ 15 milhões/km, segundo referências da especialista Ana Odila de Paiva Souza, assessora técnica da prefeitura desde a administração Marta.
A promessa da obra na gestão Pitta foi repetida na da petista, que não a entregou. Com Serra, a construção prosseguiu, mas após 11 meses de mandato. Ele e Kassab desembolsaram R$ 75 milhões --até então, já tinham sido gastos R$ 600 milhões.
O esqueleto na avenida do Estado teve peças furtadas e, além de deteriorar bairros, provocou interdições e congestionamentos em meio ao seu continua-pára-continua-pára.
Se a promessa de Marta era levar as obras a São Mateus, a da atual gestão é chegar a Cidade Tiradentes, com 31,8 km. As despesas acumuladas até 2008 devem passar de R$ 1,1 bilhão --R$ 34 milhões/km. Para barateá-lo, não haverá vias elevadas como as do trecho inicial.
Uma mudança que vai significar vantagem será a existência de espaço para a ultrapassagem dos veículos nas estações, permitindo a criação de linhas expressas --pelo projeto inicial, eles ficariam um atrás do outro.
Lançado nas eleições de 1996 pelo então candidato Celso Pitta, com aval do ex-aliado Paulo Maluf, ele deve ter seu primeiro trecho, de 8 km, que deveria ter sido concluído em 1998, em testes a partir de outubro e inaugurado até janeiro próximo.
E terá uma cara bem diferente da propaganda de Duda Mendonça, publicitário de Pitta naquela época.
O Fura-Fila, rebatizado de Paulistão por Marta Suplicy (PT) e de Expresso Tiradentes por José Serra (PSDB)/Gilberto Kassab (PFL), era para ser um ônibus elétrico biarticulado, guiado de forma mecânica entre canaletas e em pistas elevadas, com ar-condicionado, vidro fumê e som ambiente.
Quem participar da estréia vai se sentir como em um corredor de ônibus mais moderno. A tarifa será igual à do bilhete comum, e três estações serão entregues somente depois.
O veículo não será elétrico, mas semelhante aos convencionais, movido a diesel, a gás ou híbrido --que combina motor a diesel com a eletricidade gerada por seu movimento.
Os primeiros ônibus do trecho parque D. Pedro-Sacomã não devem ser nem novos, mas híbridos fabricados há três anos e recém-reformados.
O próprio motorista irá guiá-lo, sem canaletas. Nem todos deverão ter ar-condicionado.
Mas a maior distância do Fura-Fila de hoje em relação à previsão original divulgada aos eleitores há dez anos é a de caixa. A conta programada na época era de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões por quilômetro --depende do índice de correção. A soma das despesas até a conclusão do primeiro trecho, porém, deve ficar entre R$ 70 milhões e R$ 80 milhões/km.
A diferença é atribuída pela prefeitura a fatores diversos, que vão da previsão original subestimada à disparada de preços de alguns materiais, além das modificações nos projetos e dos prejuízos provocados pelas seguidas paralisações da obra.
Na avaliação de José Expedicto Prata, diretor da SPTrans, e de Jorge Bayerlein, gerente de obras do Fura-Fila, trata-se atualmente de um "outro produto". É como comparar laranja e mexerica, avalia Prata.
Um corredor de ônibus dos mais simples, utilizando vias já existentes, costuma sair por R$ 5 milhões/km. Um sofisticado, perto de R$ 15 milhões/km, segundo referências da especialista Ana Odila de Paiva Souza, assessora técnica da prefeitura desde a administração Marta.
A promessa da obra na gestão Pitta foi repetida na da petista, que não a entregou. Com Serra, a construção prosseguiu, mas após 11 meses de mandato. Ele e Kassab desembolsaram R$ 75 milhões --até então, já tinham sido gastos R$ 600 milhões.
O esqueleto na avenida do Estado teve peças furtadas e, além de deteriorar bairros, provocou interdições e congestionamentos em meio ao seu continua-pára-continua-pára.
Se a promessa de Marta era levar as obras a São Mateus, a da atual gestão é chegar a Cidade Tiradentes, com 31,8 km. As despesas acumuladas até 2008 devem passar de R$ 1,1 bilhão --R$ 34 milhões/km. Para barateá-lo, não haverá vias elevadas como as do trecho inicial.
Uma mudança que vai significar vantagem será a existência de espaço para a ultrapassagem dos veículos nas estações, permitindo a criação de linhas expressas --pelo projeto inicial, eles ficariam um atrás do outro.
Fonte:
Folha de S. Paulo
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/284729/visualizar/
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