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Petróleo e Fed fazem mercados iniciarem semana com perdas
LONDRES - Os mercados acionários internacionais iniciaram a semana acumulando fortes perdas pressionados pela alta dos preços do petróleo e as incertezas em torno da decisão da próxima terça-feira do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre os juros. Sinais de desaceleração da economia norte-americana também preocupa.
O temor de uma nova escalada do preço do petróleo, que voltou a se aproximar dos US$ 77 por barril, é causado após a British Petroleum ter interrompido no domingo a produção no seu poço em Prudhoe Bay, no Alasca, devido um pequeno vazamento num oleoduto. Trata-se do maior poço petrolífero em operação nos Estados Unidos, fornecedor das refinarias da costa ocidental do país. São deixados de produzir cerca de 400 mil barris diários por dia, ou 8% do total da produção petrolífera dos Estados Unidos.
Os preços do petróleo têm se mantido em patamares elevados devido ao aperto entre a oferta e o consumo mundial da commodity. Analistas alertam que qualquer incidente que cause ou sinalize problemas na produção, como o que ocorre no Alasca, têm o efeito de elevar ainda mais os preços. O conflito no Oriente Médio e os constantes ataques de rebeldes contra instalações petrolíferas na Nigéria são dois fatores que preocupam os mercados neste momento. Um número crescente de analistas acredita ser muito provável que o barril do petróleo teste a barreira dos US$ 80 nos próximo dias.
Fed Os juros nos Estados Unidos estão atualmente em 5,25%. Após a divulgação do payroll na sexta-feira passada, que sugeriu um enfraquecimento no mercado de trabalho norte-americano, a aposta majoritária numa pausa no ciclo de aperto monetário foi reforçada. Mas alguns analistas com grande influência nos mercados alertam que o Fed deve elevar os juros mais uma vez para conter a pressão inflacionária e reforçar sua credibilidade. E embora a perspectiva de uma pausa dos juros seja um evento positivo para os mercados, ela está sendo compensada negativamente pelo temor de que a desaceleração na atividade econômica nos Estados Unidos possa ser mais abrupta do que se previa, causando uma recessão e afetando toda a economia mundial.
Estrategistas do HSBC, que antes apostavam numa nova alta de 25 pontos-base nos juros americanos, agora prevêem uma pausa na taxa. "Diante do aumento da taxa de desemprego em julho de 4,6% para 4,8%, é muito provável que o Fed manterá os juros inalterados", afirmam. "Entretanto, a declaração do Fed provavelmente dirá que se os riscos inflacionários persistirem, então um aperto adicional poderá acontecer mais tarde", completam.
O banco Goldman Sachs acredita que o Fed fará uma nova alta nos juros. Os analistas Mike Buchanan e Michael Vaknin observaram que mercados estão hoje precificando uma probabilidade de apenas 20% de uma elevação na taxa. "Nós achamos que essa probabilidade é maior", afirmaram. Segundo eles, a tese que sustenta uma pausa nos juros tem como base os dados que mostram um declínio no crescimento, a recente moderação nas expectativas inflacionárias e a visão de que o impacto do aperto monetário ainda não foi totalmente transmitido para a economia.
"Entretanto, num ambiente de incerteza, no qual os riscos inflacionários parecem ter mais peso do que os riscos para o crescimento no curto prazo, outra alta de 0,25 ponto porcentual ajudaria solidificar a credibilidade do presidente do Fed, Ben Bernanke, como um combatente contra a inflação", afirmaram Buchanan e Vaknin. Essa não é a visão de Maury Harris, analista do UBS.
Segundo ele, os sinais de desaceleração econômica, embora ainda não sejam conclusivos, parecem já ser suficientemente convincentes para fazer com que o Fed promova uma pausa nos juros. "Acreditamos que o Fed não alterará os juros no restante deste ano e iniciará um ciclo de relaxamento monetário no início de 2007", afirmou Harris.
Preocupação A revista The Economist, ecoando a preocupação de alguns analistas influentes como o economista-chefe do Morgan Stanley, Stephen Roach, alerta que apesar da economia norte-americana estar se desacelerando, o Fed deveria elevar os juros. Em editorial, a revista observa que um número crescente de investidores está falando de uma possível recessão em 2007.
"A economia americana pode estar perdendo força, mas os riscos de uma inflação em alta são maiores do que aqueles de um crescimento menor", disse. "Se Bernanke é uma pessoa prudente, ele vai elevar os juros mais uma vez", observa a publicação.
O temor de uma nova escalada do preço do petróleo, que voltou a se aproximar dos US$ 77 por barril, é causado após a British Petroleum ter interrompido no domingo a produção no seu poço em Prudhoe Bay, no Alasca, devido um pequeno vazamento num oleoduto. Trata-se do maior poço petrolífero em operação nos Estados Unidos, fornecedor das refinarias da costa ocidental do país. São deixados de produzir cerca de 400 mil barris diários por dia, ou 8% do total da produção petrolífera dos Estados Unidos.
Os preços do petróleo têm se mantido em patamares elevados devido ao aperto entre a oferta e o consumo mundial da commodity. Analistas alertam que qualquer incidente que cause ou sinalize problemas na produção, como o que ocorre no Alasca, têm o efeito de elevar ainda mais os preços. O conflito no Oriente Médio e os constantes ataques de rebeldes contra instalações petrolíferas na Nigéria são dois fatores que preocupam os mercados neste momento. Um número crescente de analistas acredita ser muito provável que o barril do petróleo teste a barreira dos US$ 80 nos próximo dias.
Fed Os juros nos Estados Unidos estão atualmente em 5,25%. Após a divulgação do payroll na sexta-feira passada, que sugeriu um enfraquecimento no mercado de trabalho norte-americano, a aposta majoritária numa pausa no ciclo de aperto monetário foi reforçada. Mas alguns analistas com grande influência nos mercados alertam que o Fed deve elevar os juros mais uma vez para conter a pressão inflacionária e reforçar sua credibilidade. E embora a perspectiva de uma pausa dos juros seja um evento positivo para os mercados, ela está sendo compensada negativamente pelo temor de que a desaceleração na atividade econômica nos Estados Unidos possa ser mais abrupta do que se previa, causando uma recessão e afetando toda a economia mundial.
Estrategistas do HSBC, que antes apostavam numa nova alta de 25 pontos-base nos juros americanos, agora prevêem uma pausa na taxa. "Diante do aumento da taxa de desemprego em julho de 4,6% para 4,8%, é muito provável que o Fed manterá os juros inalterados", afirmam. "Entretanto, a declaração do Fed provavelmente dirá que se os riscos inflacionários persistirem, então um aperto adicional poderá acontecer mais tarde", completam.
O banco Goldman Sachs acredita que o Fed fará uma nova alta nos juros. Os analistas Mike Buchanan e Michael Vaknin observaram que mercados estão hoje precificando uma probabilidade de apenas 20% de uma elevação na taxa. "Nós achamos que essa probabilidade é maior", afirmaram. Segundo eles, a tese que sustenta uma pausa nos juros tem como base os dados que mostram um declínio no crescimento, a recente moderação nas expectativas inflacionárias e a visão de que o impacto do aperto monetário ainda não foi totalmente transmitido para a economia.
"Entretanto, num ambiente de incerteza, no qual os riscos inflacionários parecem ter mais peso do que os riscos para o crescimento no curto prazo, outra alta de 0,25 ponto porcentual ajudaria solidificar a credibilidade do presidente do Fed, Ben Bernanke, como um combatente contra a inflação", afirmaram Buchanan e Vaknin. Essa não é a visão de Maury Harris, analista do UBS.
Segundo ele, os sinais de desaceleração econômica, embora ainda não sejam conclusivos, parecem já ser suficientemente convincentes para fazer com que o Fed promova uma pausa nos juros. "Acreditamos que o Fed não alterará os juros no restante deste ano e iniciará um ciclo de relaxamento monetário no início de 2007", afirmou Harris.
Preocupação A revista The Economist, ecoando a preocupação de alguns analistas influentes como o economista-chefe do Morgan Stanley, Stephen Roach, alerta que apesar da economia norte-americana estar se desacelerando, o Fed deveria elevar os juros. Em editorial, a revista observa que um número crescente de investidores está falando de uma possível recessão em 2007.
"A economia americana pode estar perdendo força, mas os riscos de uma inflação em alta são maiores do que aqueles de um crescimento menor", disse. "Se Bernanke é uma pessoa prudente, ele vai elevar os juros mais uma vez", observa a publicação.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/284730/visualizar/
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