Cresce emissão de vistos para brasileiro estudar no exterior
A única exceção são os Estados Unidos, onde as exigências para visto de estudante após o 11 de Setembro fizeram diminuir o número de brasileiros em campi americanos de 8.972 em 2001 para 7.244 no ano passado --mesmo assim, número superior ao verificado há dez anos, quando havia aproximadamente 5.000 estudantes.
Nos demais destinos pesquisados pela Folha --França, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Austrália--, o percentual de aumento na emissão de vistos para estudantes variou de 40% a 64%.
"O aumento da procura por cursos no exterior obrigou as universidades a buscarem parcerias com instituições estrangeiras e a organizarem departamentos para atender a esses estudantes. É uma resposta ao fenômeno da internacionalização da educação", diz a presidente do Fórum das Assessorias das Universidades Brasileiras para Assuntos Internacionais, Luciane Stallivieri.
Para Luciana Yeung, coordenadora de intercâmbio da faculdade Ibmec São Paulo, a formação no exterior já é uma exigência do mercado: "A procura realmente tem aumentado bastante. Minha percepção é de que ela vem do mercado. Com a economia mais globalizada e com o aumento da presença de empresas multinacionais em todos os países, a demanda por profissionais com experiência no exterior se intensificou muito".
Universidades estrangeiras, por seu lado, também buscam alunos em outros países. França, Canadá e Austrália criaram agências ou instituições que organizam feiras e realizam outras atividades com o objetivo de atrair os brasileiros.
Segundo Stallivieri, além da busca por diversidade em seus campi, um dos fatores a explicar esse interesse é o processo de envelhecimento da população européia. As instituições européias também procuram fazer frente à política dos Estados Unidos de atrair estudantes do mundo inteiro.
"Com a recente política de unificação dos programas da União Européia, há um atrativo a mais para o estudante: o diploma terá validade em todo os países do bloco", diz.
Os Estados Unidos, por sua vez, que já têm tradição de atrair estrangeiros para suas universidades --somente no ano passado foram 565 mil--, também se movem para retomar o fluxo de crescimento de brasileiros em seus campi.
"Fizemos uma campanha para incentivar o intercâmbio e para desmentir essa idéia de que é impossível conseguir um visto de estudante para os EUA. Após o 11 de Setembro, as regras para visto mudaram para todos os visitantes, mas os consulados dão prioridade aos estudantes", afirma Rita Moriconi, coordenadora de orientação educacional do escritório da comissão Fulbright no Rio.
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