Infestação de lagartas em lavouras de soja causa prejuízos em Goiás
Uma safra de perdas elevadas provocadas pelas lagartas é a lembrança que os produtores de soja do sudoeste de Goiás terão do ciclo 2012/2013. Eles ainda colhem as lavouras precoces e esperam as plantações mais tardias, mas não têm dúvidas de que os prejuízos causados pela praga vão ficar na memória.
Folhas destruídas, algumas completamente esburacadas. Parece até que a lavoura foi atingida por uma severa chuva de granizo. Mas o motivo de todo este estrago é outro: as lagartas. A praga não dá trégua para as plantações de soja em Mineiros, no sudoeste de Goiás. A infestação é tão alta que elas chegam a disputar espaço na mesma planta.
Uma preocupação extra para o produtor Rogério Vian. Ele plantou 750 hectares e encontrou dificuldades para combater o mal.
– É um problema sério. O veranico fez a infestação da falsa medideira ser maior. Um produto que durava 20 dias passou a durar 8 dias, e tivemos que usar doses maiores, mas foi difícil – diz o produtor.
Normalmente, o agricultor consegue eliminar as falsas medideiras com duas aplicações de inseticidas. Dessa vez precisou fazer quatro em alguns talhões. Gastou mais com o insumo e está apreensivo com a colheita, pois as lagartas também causam danos às vagens da soja, provocando perdas significativas no rendimento.
– O problema maior é que o ataque nas folhas é o ataque nas vagens, que provocam prejuízos de 5 a 10% na produtividade.
Em uma área plantada pode-se ter ideia do tamanho do problema enfrentado pelos agricultores. Um rastro indica que a aplicação de defensivos na lavoura foi feita recentemente. Mesmo assim, ainda é fácil encontrar várias lagartas nas plantas, mais uma prova de que a infestação nesta safra realmente foi grande.
O produtor Eduardo Sandri plantou 1,8 mil hectares de soja e também viu a plantação ser devorada. Só que na área dele a espécie da lagarta foi outra.
– Foi a lagarta da maçã e a do milho, que são piores que as falsas medideiras – fala Sandri.
Para proteger a lavoura, chegou a fazer seis aplicações de defensivos. Um balde de água fria para quem esperava colher em média 60 sacas por hectare.
– Esperava colher mais nesta safra, mas com o problema vamos ter perdas.
E estas perdas, segundo as lideranças da classe produtora, vão marcar a safra 2012/2013 no município, onde foram plantados 90 mil hectares de soja.
– Ninguém conseguiu escapar deste problema. Talvez uma ou outra aplicação a menos, mas todos sofreram. Vamos levar o aprendizado de tentar controlar mais cedo nas próximas safras – diz o presidente da Associação de Produtores de Grãos de Mineiros, Antônio Oliveira Campos.
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