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Internacional
Segunda - 07 de Agosto de 2006 às 05:10

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Os jornalistas estrangeiros que trabalham na China foram agredidos pelas autoridades locais em 72 ocasiões nos últimos dois anos, apesar do compromisso do Governo chinês de garantir a liberdade de imprensa nos Jogos Olímpicos de 2008, informou hoje a Associação de Correspondentes Estrangeiros da China.

"Faltando dois anos para a chegada de mais de 20 mil jornalistas internacionais à China para a abertura dos Jogos Olímpicos, uma enquete da Associação de Correspondentes Estrangeiros demonstra que as autoridades chinesas detêm com freqüência os correspondentes e às vezes usam a violência contra eles e suas fontes", afirma um comunicado recebido hoje pela Efe.

Segundo a Associação de Correspondentes, que reúne mais de 200 jornalistas estrangeiros acreditados na China, a Polícia deteve jornalistas de outros países em 38 ocasiões desde 2004, principalmente quando eram informados problemas sociais, protestos contra a poluição, disputas pela terra ou a angustiante situação dos contaminados pelo vírus da aids no país oriental.

Em 10 ocasiões, os repórteres e suas fontes sofreram agressões físicas, incluindo golpes e picadas, e em 21 ocasiões as notas e as imagens registradas foram destruídas pelos agressores.

"O controle à imprensa estrangeira não corresponde ao compromisso de Pequim com o Comitê Olímpico Internacional (COI) de permitir uma cobertura livre, e são uma afronta contra o espírito olímpico", assinalou Melinda Liu, atual presidente da Associação e correspondente da revista "Newsweek" na China.

Liu pediu ao Governo chinês a abolição permanente de uma série de normas ambíguas que são usadas contra os correspondentes internacionais quando estes informam sobre problemas que incomodam o poder, concretamente os artigos 14 e 15 das normas para jornalistas estrangeiros.

A Associação de Correspondentes lembrou que Wang Wei, secretário-geral da candidatura de Pequim para os Jogos Olímpicos, assegurou em 2001 que o país "daria completa liberdade à imprensa para informar, certificando que os Jogos não apenas promoverão a economia chinesa, mas reforçarão as condições sociais".

O assistente do jornal "The New York Times", Zhao Yang, está preso há quase dois anos na China sob a acusação de "filtrar segredos de Estado". Já o jornalista Ching Cheong, de Hong Kong, foi detido por suposta prática de espionagem para Taiwan.

Em 2004, um fotógrafo da agência "Associated Press" (AP), Ng Han Guan, foi agredido pela Polícia enquanto cobria a final da Copa da Ásia entre China e Japão, tendo inclusive de ser hospitalizado, um caso ainda não esclarecido.

Vários jornalistas da rede britânica "BBC" foram detidos em 2005 quando averiguavam uma disputa de terras em Dingzhou (Hebei).

O último caso envolvendo a censura chinesa foi o espancamento do ativista chinês Fu Xiancai,após uma entrevista à emissora de TV alemã "ARD".

Segundo as autoridades do país oriental, Fu, que ficou paralítico, agrediu a si mesmo na ocasião.




Fonte: Terra

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