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Internacional
Domingo - 06 de Agosto de 2006 às 23:36

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O candidato de esquerda à Presidência do México, Andrés Manuel López Obrador, disse hoje que a campanha de resistência civil que encabeça vai continuar e pediu ao povo que se prepare, posto que a mesmo pode ser longa.

"Nesta semana, vamos levar a cabo ações de resistência. Também vamos ir administrando toda nossa força, já que vamos nos preparar para uma luta que possivelmente nos tomará mais tempo, mas que, sem dúvida, não vai ser em vão", acrescentou em mensagem a dezenas de milhares de seguidores.

"Pensemos muito bem que estamos lutando por nós e pelas novas gerações, pelos que vêm depois de nós. Vamos abrir o caminho para nossos filhos, nossos netos", disse o político esquerdista em um grande comício.

Um dia depois de o Tribunal Eleitoral do Poder Judiciário da Federação (TEPJF) ter rejeitado a apuração total dos votos das eleições de 2 de julho, López Obrador disse que sua reivindicação por recontagem "voto a voto" se mantém.

"Não importa que o tribunal tenha decidido por uma apuração parcial das seções eleitorais. Não aceitamos essa apuração. Queremos a apuração de todas as urnas. Não queremos um dízimo de democracia. Queremos 100% de democracia", acrescentou.

López Obrador contestou a validade da apuração realizada pelo Instituto Federal Eleitoral (IFE), que lhe dá 243.900 votos a menos que os dados a Felipe Calderón, do conservador Partido Ação Nacional (PAN), o mesmo o presidente do país, Vicente Fox.

O líder do esquerdista Partido da Revolução Democrática denunciou que no México há um grande retrocesso "em todos os campos", principalmente no que se refere à liberdade de expressão.

"Estão pressionando a mídia, tentando subjugá-la, para que penda para a causa da direita. Isso não é conveniente para ninguém", acrescentou.

López Obrador também acusou Fox, que hoje evitou fazer comentários sobre a decisão judicial do TEPJF por respeito à instituição, de simular "que as coisas aparentemente mudam para continuarem na mesma".

Alberto Anaya, dirigente do Partido do Trabalho, um dos integrantes da coalizão Pelo Bem de Todos, anunciou que nos próximos dias tentará exigir de Fox em todos os atos públicos aos quais comparecer a apuração "voto a voto" reivindicada pelo candidato esquerdista.

Em seu discurso hoje, López Obrador se recusou a dialogar ou negociar com o PAN uma saída para a atual crise pós-eleitoral.

"Se não houver uma transformação profunda na vida pública do México, se não alcançarmos uma mudança verdadeira, é da nossa convicção que não haverá pátria para todos, para o humilhado.

Continuaremos sendo um país de alguns poucos, e um futuro digno para a maioria dos mexicanos continuará sendo abortado", acrescentou.

O líder esquerdista respondeu aos que lhe pediram que não dilapide o capital político da coalizão que encabeça dizendo que o movimento de resistência civil é indispensável.

"Além de fazer o politicamente correto, o principal é levar a cabo as transformações que o México necessita. Nosso objetivo não são os cargos públicos, mas mudar a atual política econômica e combater a pobreza e a desigualdade", acrescentou.

López Obrador também disse que a exigência é que o Estado mexicano cumpra sua responsabilidade social "e garanta a todos os mexicanos um mínimo de bem-estar", salários justos e pensões e aposentadorias.

Seguidores de López Obrador estão há uma semana acampados no centro do México dentro de uma campanha de resistência civil lançada pelo líder esquerdista.





Fonte: EFE

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