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Internacional
Domingo - 06 de Agosto de 2006 às 19:27

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O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou em entrevista publicada hoje no jornal "El Deber" que se o comunismo significa viver em um Estado social comunitário, "bem-vindo seja".

"Aqui estamos apostando em um Estado social comunitário. Se o comunismo vem da comunidade, bem-vindo seja. Nas comunidades, vive-se com base na colaboração entre as famílias", disse o líder ao jornal da cidade de Santa Cruz.

Morales destacou que nos povoados indígenas "ninguém deve ficar para trás, tampouco se adiantar, mas sim buscar uma maneira de equilibrar a economia da comunidade".

O chefe de Estado de origem aimara, uma das 35 etnias bolivianas, participa hoje na cidade sulina de Sucre, capital constitucional da Bolívia, da abertura da Assembléia Constituinte, com a qual pretende empreender profundas mudanças em seu país.

"Se o socialismo é igualdade e justiça, se não é exploração nem discriminação, se não é marginalização, humilhação ou desprezo, bem-vindo", afirmou.

Morales esclareceu, no entanto, que as especulações sobre planos de confisco de bens em seu país fazem parte de uma "guerra suja" contra seu Governo.

"Isso é totalmente falso. Na comunidade há propriedade privada, mas também uma propriedade comunal", acrescentou.

O chefe de Estado boliviano disse que em sua localidade natal, Orinoca, situada no planalto dos Andes, as terras para criação de gado e plantações não são de propriedade privada, embora os camponeses sejam proprietários de suas casas.

Ao ser perguntado se daqui a 20 anos existirá empresa privada na Bolívia, Morales respondeu fazendo críticas aos empresários que têm dívidas com o Estado.

"Para mim, esses não são empresários, são mafiosos", disse.

Por outro lado, afirmou que ajudará o empresariado formado por "homens e mulheres sacrificados que, com seus esforços, fazem empresas, sem serem parasitas do Estado".

O presidente boliviano também se pronunciou a favor de que a Assembléia Constituinte discuta a conveniência do pedido para a criação de um ou mais departamentos, embora tenha adiantado que é contra "divisões" e que "não compartilharia" de uma separação interna.

Essa questão preocupa a próspera região de Santa Cruz, uma vez que os habitantes do sul desse território e de parte das cidades vizinhas de Chuquisaca e Tarija reivindicam a fundação do departamento de Chaco, nome como a área é conhecida.





Fonte: EFE

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