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Cidades/Geral
Domingo - 06 de Agosto de 2006 às 09:07
Por: Keity Roma

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Laboratórios defasados, número excessivo de professores substitutos, falta de equipamentos e técnicos, biblioteca desatualizada e salas de aula desconfortáveis. Essas são as principais reclamações de quem vive hoje a realidade de estudar na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Apesar da atual estrutura física oferecida pela instituição ser motivo de insatisfação para alunos, a UFMT ainda é considerada por muitos – inclusive por quem está lá dentro - a melhor opção em ensino superior no Estado. A Comissão de Exames Vestibulares estima que cerca de 35 mil candidatos devam disputar as 3.503 vagas do processo seletivo de 2007, cujas inscrições abrem amanhã e vão até dia 20.

A estudante Catarina Feitosa, de 17 anos, está se preparando para conquistar uma das 40 vagas oferecidas para o curso de Nutrição no campus de Cuiabá. Além do ponto positivo de não ter que pagar mensalidade, ela afirma que prestará vestibular na instituição pela pressão da sociedade e da família, mas diz não se sentir segura em relação à qualidade do curso. “Na Universidade Federal você conta com o status do diploma e isso gera uma certa pressão. Os cursos teóricos são excelentes, mas naqueles que são necessários laboratórios, o profissional acaba saindo prejudicado, e essa é a minha insegurança”.

Os receios da vestibulanda tomam forma na realidade dos estudantes de Ciências Biológicas da UFMT. Faltam lâminas, reagentes, jaleco e até mesmo salas para que as aulas sejam ministradas. As turmas muitas vezes tem que se encaixar nos pequenos espaços dos laboratórios, locais inadequados para a realização de aulas teóricas. “Aqui falta quase tudo. Quando são necessários microscópios, o professor precisa demonstrar tudo por uma TV, pois o material é insuficiente para todos. Assim, a gente vai brincar de ser biólogo”, reclama a estudante do 7º semestre, Isabela da Silva Nunes.

Alguns laboratórios do curso de Engenharia Elétrica também estão defasados, mas já há projetos em andamento para que sejam recuperados. Na avaliação do professor do curso, Antônio de Pádua Finazzi, as deficiências são evidentes, mas podem ser superadas se docentes e alunos souberem explorar os recursos disponíveis. “É uma grande besteira achar que o aluno que entra aqui está condenado a ser um profissional ruim por falta de equipamento. Nós temos profissionais muito bem colocados no mercado de trabalho não só em Cuiabá, mas em outros lugares do país”, defende Finazzi.

Opinião semelhante tem Yuri Kopcak, professor de Rádio e TV da UFMT e de uma universidade privada. Ele se formou em 2000 na Federal e afirma que na época em que estudou, a estrutura era bem mais precária, mas mesmo assim, alunos da turma conseguiram conquistar posições de destaque com o diploma na mão. “Há uma certa ‘capenguice’ mas a estrutura não é a principal fonte de aprendizado. Não estamos formando técnicos. Mesmo com greves e tudo mais, os melhores profissionais saem da Universidade Federal, por que entram mais preparados. Hoje, esse é o grande diferencial da UFMT: o aluno”, conclui Kopcak.

A reitoria da UFMT reconhece que há deficiências em áreas das faculdades, mas afirma que a instituição vem passando por um período de reestruturação que teve início em 2004. “No governo anterior, mal tínhamos verba para comprar lâmpadas. Agora é que estamos nos recuperando.

Vamos reformar o ginásio, já expandimos a pós-graduação e estamos investindo na estrutura da universidade, que deverá estar muito melhor nos próximos anos”, afirma o reitor Paulo Speller. A previsão é que o orçamento total para a UFMT em 2007 seja em torno de R$ 225 milhões, segundo a reitoria. Informações sobre as inscrições no Vestibular 2007 estão no site www.ufmt.br.





Fonte: Diário de Cuiabá

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