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Internacional
Sábado - 05 de Agosto de 2006 às 17:05

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Dirigentes cubanos seguem enviando mensagens tranqüilizadoras sobre o estado de saúde de Fidel Castro, enquanto organizações como o Comitê de Defesa da Revolução (CDR) mantêm a população e os reservistas mobilizados para evitar riscos externos e internos.

Os arredores do Malecón, a avenida mais popular de Havana, amanheceram hoje com reforço policial. Organizações como o CDR mantêm o chamado à população para que reforcem a vigilância, e milhares de reservistas foram mobilizados em todo o país.

A Associação de Combatentes da Revolução divulgou hoje um comunicado dirigido a Fidel Castro no qual deseja uma rápida recuperação ao líder cubano. "Continuamos trabalhando com o mesmo fervor revolucionário que o senhor nos ensinou", diz a nota.

A ilha continua calma e os cubanos desempenham suas atividades normalmente, atentos à evolução do estado de saúde de Fidel Castro e à espera de alguma declaração de seu irmão Raúl, após cinco dias de silêncio.

Em um fato sem precedentes na história de Cuba, Fidel Castro cedeu o poder provisoriamente na última segunda-feira a seu irmão Raúl, de 75 anos, após uma delicada cirurgia a que teve de ser submetido devido a uma hemorragia intestinal.

O estado de saúde de Fidel Castro é "estável", e o presidente cubano descansa para se recuperar o mais rápido possível, disse o presidente do Parlamento de Cuba, Ricardo Alarcón, que justificou o clima de segredo em torno do quadro clínico do líder cubano por uma suposta "ameaça" dos Estados Unidos.

"Somos discretos e não informamos coisas que não são indispensáveis em um momento determinado", acrescentou Alarcón em entrevista ao canal oficial "Cubavisión Internacional" e transmitida neste sábado pela "CNN" em espanhol.

Segundo Alarcón, Fidel Castro "teve um problema de saúde como conseqüência do trabalho excessivo", já que ele é "um presidente muito trabalhador".

Para o presidente do Parlamento cubano, a situação em Cuba é de "normalidade plena, de forte sentimento de unidade e de solidariedade".

Alarcón classificou como "espetáculo vergonhoso e deplorável" as manifestações de alguns grupos de exilados cubanos em Miami, e disse que talvez "seja difícil para algumas pessoas de fora compreender isso".

Também foram divulgadas declarações do ministro da Cultura, Abel Prieto, que assegurou que "não há riscos de instabilidade em Cuba.

Essas coisas não passam de ilusões, loucuras, delírios febris de pessoas que demonstraram nos últimos dias que possuem poucos valores humanos".

Fora da ilha, o vice-presidente Carlos Lage e o ministro da Saúde e membro do escritório político do Partido Comunista de Cuba, José Ramón Balaguer, se encarregaram de enviar a mesma mensagem de normalidade.

Lage, que viajou hoje a La Paz (Bolívia) para participar da cerimônia de abertura da Assembléia Constituinte do país andino, afirmou que Fidel se recupera satisfatoriamente e transmitiu uma mensagem de afeto do líder cubano ao povo boliviano.

Na Guatemala, onde inaugurou um hospital oftalmológico, Balaguer transmitiu na sexta-feira a mesma mensagem tranqüilizadora sobre a evolução do estado de saúde do líder da Revolução Cubana. As viagens ao exterior de Lage e Balaguer, segundo observadores europeus, demonstram o interesse de Cuba em transmitir uma imagem de normalidade fora da ilha caribenha e dar sinais de que o Governo está funcionando e desenvolvendo suas tarefas.

As viagens de Balaguer e Lage centraram boa parte da informação divulgada pelos meios de comunicação oficiais do país, que continuaram transmitindo testemunhos de apoio a Fidel e Raúl Castro e de respaldo ao projeto estabelecido pela Revolução Cubana de 1959.





Fonte: EFE

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