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Agronegócios
Sábado - 05 de Agosto de 2006 às 16:25

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O entrave nas negociações da Rodada de Doha causa prejuízo no agronegócio, afirmou hoje o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Gilman Viana Rodrigues. Segundo ele, “estacionar as negociações da rodada é estacionar o crescimento das exportações brasileiras”.

Rodrigues vê essa suspensão como resultado de uma indisposição entre os países desenvolvidos, e que o prazo, para a retomada das discussões, não será curto. Isso seria, para ele, uma má notícia.

Ele lembra dos acertos realizados na última rodada, realizada no Uruguai, em 1986, quando se decidiu adotar reduções de tarifas e o protecionismo aos produtores rurais dos países desenvolvidos, mas que, depois, o que houve realmente foi o aumento dessas taxas. “São 20 anos de intervalo sem mudanças, então estamos em uma situação pior que a da reunião do Uruguai. Atrasos são sempre prejudiciais” destacou.

O presidente da CNA acredita que o primeiro passo, depois da suspensão das negociações, é pedir um painel de revisão à OMC. Esse instrumento possibilita que o reclamante, no caso o Brasil, peça o cumprimento dos acertos.

O impasse causado pelos Estados Unidos e pela União Européia, opina, foi uma situação “ensaiada” para inviabilizar as negociações da rodada, o que, para ele, deve ser investigado. “Isso jamais será provado, mas os países que se beneficiam desses processos não vão querer mudar essa regras de comércio” aponta.

O diretor do Departamento de Assuntos Comerciais do Ministério da Agricultura, Antônio Carlos Costa pensa diferente. Para ele, a pausa nas negociações da Rodada de Doha é uma situação necessária e até positiva, isso porque nenhuma proposta nova apareceu. Mas acredita que as negociações serão retomadas em breve.

A Rodada de Doha começou na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) realizada em 2001, em Hong Kog, e pretendia promover a abertura do mercado global. Porém, quando o tema agrícola entrou na discussão, na reunião ministerial realizada em Cancun em 2003, a rodada travou. Com essas novas discussões, os países mais pobres teriam oportunidades de exportar seus produtos com taxas menores nos países ricos.





Fonte: Agência Brasil

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