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Internacional
Sábado - 05 de Agosto de 2006 às 08:27

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Alina Fernández Revuelta, a filha "rebelde" do presidente de Cuba, Fidel Castro, disse nesta sexta-feira em Miami que sente pesar por "qualquer dor" que possa estar sendo sentida por seu pai, mas que se identifica mais com a "agonia" do povo cubano.

Quanto ao estado de saúde de Fidel depois de ter sido submetido a cirurgia devido a uma hemorragia intestinal, informou que fontes lhe disseram que "hoje (o líder cubano) se levantou e caminhou". "Isso é o que me disseram, mas também podem ter mentido para mim.

Estamos convivendo com incertezas", advertiu a filha de Castro à emissora de rádio americana WQBA 1140, de Miami. Quatro dias depois do anúncio de que seu pai cedia temporariamente o poder na ilha caribenha a seu tio Raúl, Alina decidiu quebrar o silêncio concedendo uma entrevista a respeito.

"Sim, como filha, nesse laço sutil que nos une, sinto pesar por qualquer dor que possa estar sendo sofrida por meu pai", reconheceu aquela que é uma das maiores críticas do Governo cubano. Ao ser questionada se sentia ódio ou frustração em relação a seu pai, Alina reiterou que o sentimento é de "pesar". "É meu pai. Eu sempre me senti mais como uma cubana que se viu obrigada a viver no exílio", disse a também apresentadora de um programa na "WQBA 1140".

Exilada desde 1993, Alina, que já viveu na Espanha e em outras duas cidades dos EUA, reside em Miami, "ponto de encontro" dos cubanos que deixaram a ilha desde o início da Revolução por não concordarem com o regime implantado pelo próprio Fidel.

Nesta cidade, conseguiu ganhar o respeito e o reconhecimento de seus compatriotas. Nesse contexto, Alina ressaltou que se sente mais identificada com a "agonia do povo cubano". "Sinto mais, conheço e sofro com isso. Muitas pessoas que chegaram aqui (em Miami) perderam familiares (a caminho do exílio nos Estados Unidos)".

"Nossas crianças são as únicas no mundo a ter essa experiência horrível de ver como seus pais são devorados por tubarões. É algo brutal", assegurou, em referência à perigosa travessia realizada com freqüência pelo Estreito da Flórida, a 90 milhas de Cuba.

Outro assunto abordado por Alina diz respeito à ausência pública de Raúl Castro após assumir temporariamente o poder depois de mais de quatro décadas com Fidel Castro conduzindo os destinos do país. Alguns veículos garantem que Raúl estaria sofrendo de depressão porque sua esposa, Vilma Espín, também tem problemas de saúde.

"Se Fidel foi operado recentemente e Raúl está com uma esposa muito doente, acho que não estão aptos a fazer aparições públicas", comentou Alina, de 50 anos, que diz saber "com certeza" que "Vilma esteve muito doente há dois anos" e que "conseguiu se recuperar".

A filha de Fidel com Nati Revuelta, que acompanhou o líder cubano no processo de instauração da Revolução na ilha, revelou também que se comunica com sua mãe por meio de correios eletrônicos, e afirmou que "nunca pensou em sair de Cuba, por pertencer a essa geração que fez a Revolução e tem o direito de não querer deixar sua casa".

Alina escapou de Cuba em dezembro de 1993 disfarçada com uma peruca e fingindo ser uma turista espanhola. Conseguiu burlar os serviços de segurança e subiu em um avião com destino a Madri.





Fonte: EFE

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