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Nacional
Sábado - 05 de Agosto de 2006 às 02:45

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Em jantar de arrecadação de recursos junto a empresários na sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, se eleito, seu segundo mandato terá como foco o desenvolvimento com distribuição de renda. Ele garantiu que não haverá "idas e vindas" na economia e acenou com redução da carga tributária.

"O nome do meu possível segundo mandato será desenvolvimento. Repito: desenvolvimento com distribuição de renda e educação de qualidade", disse Lula.

Ao fazer um balanço da performance econômica de seu governo, ele afirmou que o Brasil está vivendo seu mais longo ciclo de crescimento dos últimos 19 anos e que há 35 meses a economia não sofre abalos. "E crescem a produção, o emprego e os salários." Disse ainda que em seu mandato a desigualdade diminuiu e houve ascensão social.

Pregou o crescimento sustentável com a manutenção da responsabilidade fiscal. "Nós precisamos colocar, definitivamente, o país na rota do crescimento de longo prazo. Não podemos perder as oportunidades que nós mesmos criamos. Chega de idas e vindas. Chega de crises a cada dois ou três anos."

Adesões As declarações foram feitas em discurso lido de 20 minutos a cerca de 500 empresários que desembolsaram 2 mil reais para jantar com o presidente, dirigentes do PT e ministros. Para o evento realizado no Jockey Club de São Paulo, a expectativa do PT era contar com mil empresários, que gerariam 2 milhões de reais para as campanhas de Lula e de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo.

Estavam presentes empresários do setor têxtil como Bessin Iassini, da empresa Majeda, que disse não ter apoiado Lula em 2002, mas mudou seu voto, "pela questão do emprego". Já Roberto Baungartner, do grupo Accor, disse que foi apenas conhecer as idéias do presidente Lula.

O economista Luiz Gonzaga Beluzzo levou sua adesão a Lula, apesar de declarar voto em José Serra (PSDB) para o governo de São Paulo. "Alckmin é conservador, é da Opus Dei. Eu sou laico, republicano e socialista", justificou.

Investimento Lula apontou que o crescimento dependerá tanto do investimento público quanto do privado. Do lado do Estado, defendeu a melhora da qualidade do gasto e a redução do déficit da Previdência para a ampliação do investimento. Para maior investimento privado, principalmente em infra-estrutura, disse que é preciso definir os marcos regulatórios e a participação do setor nas parcerias público-privadas e nas concessões.

Cobrou a votação de medidas que já estão no Congresso, como o novo estatuto da micro e pequena empresa e a legislação complementar da reforma do judiciário.

Ele acenou ainda com a redução de tributos. "A redução dos impostos também não é uma missão impossível. Não aumentei um único imposto sequer em meu governo. Ao contrário, reduzi. E a arrecadação não caiu." Citou o reajuste da tabela do Imposto de Renda, a eliminação de impostos sobre computadores e do IPI sobre bens de capital.

O presidente não deixou de mencionar a alta dívida do país, que ainda acarretará "esforços". Mesmo assim, disse que a expectativa é que a inflação fique abaixo de 4 por cento este ano, quando a meta é de 4,5 por cento. Em relação aos juros, destacou que estão em baixa "constante e progressiva".

Ao citar os esforços na área social, mencionou que trabalha tanto com a meta do superávit econômico quanto do superávit social.

A única menção à política foi sua defesa da reforma do sistema político, que vem repisando nos últimos dias. "Temos um compromisso profundo com a reforma política. Não canso de repetir: a crise ética que se abateu sobre o país é a crise do sistema político em sua inteireza, e não apenas de algumas pessoas ou de alguns partidos."

Também presente ao jantar, o ministro Guido Mantega (Fazenda) previu crescimento acima de 5 por cento em um eventual segundo mandato.




Fonte: Reuters

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