UE prepara estratégia para Cuba caso Fidel deixe o Governo
O Conselho da UE (CE, órgão executivo) já começou a elaborar "as primeiras minutas" de reflexão desta nova política, como definiram os ministros de Assuntos Exteriores do bloco no último dia 12.
O andamento dos trabalhos pode ser influenciado pela evolução da situação na ilha, mas a intenção da Presidência é a de que o processo seja rápido e traga resultados ainda este ano, segundo uma fonte do Ministério de Assuntos Exteriores finlandês.
Em qualquer caso, a reflexão não possui relação de causa-efeito com o estado de saúde do governante cubano, que a Presidência finlandesa acompanha "com grande atenção", mas sobre o qual não prevê declarações oficiais, "pelo menos atualmente".
A primeira discussão ministerial sobre a política européia em Cuba não está prevista para ocorrer antes da reunião informal que os titulares da pasta de Exteriores dos 25 países-membros realizarão nos dias 1 e 2 de setembro em Lappeeranta (Finlândia).
Em junho, os ministros europeus decidiram prorrogar por um ano sua atual política em relação a Cuba, que consiste em uma dupla disposição ao diálogo com o regime e com a oposição na ilha.
A nova política de diálogo lançada pela UE, apesar de manter formalmente as metas de sua posição comum sobre Cuba fixadas em 1996 - democratização pacífica, promoção das liberdades e melhora das condições de vida dos cubanos - parece propiciar uma aproximação.
Em março de 2005, o ministro de Exteriores cubano, Felipe Pérez Roque, chegou a oferecer em Bruxelas um "diálogo sem tabus", caso os Governos europeus livrassem o regime cubano da condenação imposta pelas Nações Unidas, o que não foi conseguido. Nos últimos meses, a relação entre UE e Cuba voltou a uma situação de "ponto morto". Cuba continua sendo o único país latino-americano não vinculado à UE por acordos de cooperação, o único dos 78 membros do grupo da África, do Caribe e do Pacífico (ACP) que não firmou o convênio de Cotonou, que dá acesso a um fundo milionário de ajudas, e sequer aceita a assistência humanitária de países europeus.
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