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Nacional
Sexta - 04 de Agosto de 2006 às 01:55

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Agentes da Delegacia de Defraudações (DDEF) estouraram na quinta-feira um dos principais escritórios especializados na comercialização de benefícios como vale-transporte eletrônico (RioCard) e vale-refeição do Rio de Janeiro. Cento e sessenta cartões do tipo rápido, confeccionados sob encomenda para a Secretaria estadual de Saúde, foram apreendidos. Divididos em oito lotes de 20 cartões cada, eles foram colocados à venda pelos fraudadores.

Instalado em um edifício da Avenida Almirante Barroso, no Centro, o escritório funcionava como espécie de central de abastecimento de pelo menos outros cinco escritórios da cidade. Durante a operação, uma funcionária que estava no local foi detida e levada para a sede da delegacia, na Zona Portuária. Lá, ela prestou depoimento e confirmou que trabalhava na compra e revenda dos tíquetes.

No escritório os policiais também apreenderam R$ 4.228 em dinheiro, R$ 3.034,91 em vales-refeição de papel, seis máquinas leitoras de cartões das redes Visa, Mastercard e VR, além de material de propaganda.

Fabricados sob encomenda, os cartões continham saldo de apenas R$ 19, R$ 61 a menos do que os convencionais, que são carregados com R$ 80 de crédito. A informação foi repassada pela Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio (Fetranspor), que garantiu ter entregue os tíquetes à secretaria.

Secretaria nega Em nota, o órgão público negou que tivesse feito qualquer pedido de vales-transporte eletrônicos à Fetranspor. E informou que vai solicitar à federação informações que comprovem a encomenda. Diretor de Marketing da Fetranspor, João Augusto Monteiro prometeu investigar o fato internamente também. "Precisamos descobrir como esses cartões foram parar nesse escritório. Para isso, vamos rastrear a distribuição dos lotes para tentar chegar à verdade e definir as responsabilidades", destacou o diretor.

O mercado informal de compra e venda do benefício movimenta R$ 5 milhões por mês, só na capital. Desde julho, policiais da Defraudações vêm realizando operações em vários pontos da cidade, no combate à fraude do RioCard. Ao todo, sete pessoas já foram detidas e estão sendo investigadas.

Cerco à origem dos vales

Titular da Delegacia de Defraudações, o delegado Fernando Vila Pouca informou que vai encaminhar ofício para à Fetranspor, solicitando informações sobre a confecção e distribuição dos cartões apreendidos durante a operação. E prometeu apertar ainda mais o cerco aos fraudadores do sistema.

"Vamos dar continuidade aos trabalhos e intensificar ainda mais as operações no combate à fraude, para acabar de vez com essa prática ilegal que só traz prejuízos para os trabalhadores", destacou o delegado.

Comunicado sobre a informação repassada pela Fetranspor - que garante ter entregado os cartões apreendidos para o governo estadual - Vila Pouca vai esperar por documento oficial da Federação comprovando a entrega dos RioCards ao estado. Só então vai pedir à secretaria estadual que justifique o desvio acusado pela Fetranspor.

"Solicitaremos a presença de representante da secretaria aqui na delegacia para que explique a finalidade da encomenda e esclareça como os cartões foram parar no escritório", disse.




Fonte: Terra

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