Líderes não confirmam presença em Assembléia e frustram Morales

A cúpula sul-americana aguardada com ansiedade pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, por ocasião da instalação da Assembléia Constituinte no país andino perdeu força depois de dois governantes, dos cinco anunciados, terem recusado o convite, e de um outro ainda não ter confirmado presença no evento. Morales anunciou na última terça-feira, em entrevista exclusiva à Efe, que nem o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, nem o argentino, Néstor Kirchner, viajariam à Bolívia para participar neste domingo da inauguração da Assembléia em Sucre (sul).

"Sabemos, por meio de informações oficiais, que o presidente Lula não vem, assim como Kirchner", confirmou hoje à imprensa o porta-voz de Morales, Alex Contreras. "No entanto, eles estão enviando grandes missões ao país por parte de seu Gabinete ministerial, assim como deve fazer o Governo do Chile", explicou hoje Contreras.

A Chancelaria argentina informou que o Governo do país estará representado por uma comitiva de alto nível comandada pelo ministro das Relações Exteriores, Jorge Taiana.

No início de julho, Morales afirmou que Kirchner tinha dito que convenceria o presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, para que viajasse à Bolívia para a ocasião.

Segundo Contreras, "até o momento" os presidentes que confirmaram presença são três: Hugo Chávez, da Venezuela; Nicanor Duarte, do Paraguai; e Alfredo Palacio, do Equador. O porta-voz também confirmou que o vice-presidente cubano Carlos Lage.

Também devem acompanhar a instalação da Assembléia Constituinte delegações e personalidades da Europa e de outros países, como a vencedora do prêmio Nobel da Paz de 1992 e ativista guatemalteca Rigoberta Menchú e "representantes de povos indígenas de outros países", segundo declarou Contreras.

Com a Assembléia Constituinte escolhida nas urnas em 2 de julho último, o presidente Morales, de etnia aimara, pretende "voltar a fundar a Bolívia" em favor dos setores marginalizados.