Siderúrgica americana anuncia possível aliança com CSN nos EUA
Pelo acordo, A CSN faria um investimento de US$ 225 milhões nos próximos três anos, para controlar 49,5% da nova companhia, enquanto a Wheeling-Pitt ficaria com 50,5%.
Do investimento da CSN, US$ 150 milhões seriam utilizados para atualizar e expandir a capacidade da Wheeling-Pitt para 4 milhões de toneladas anuais e acrescentar uma segunda linha de galvanização nas instalações da CSN em Terre Haute (Estado de Indiana, centro-norte dos EUA), disse o executivo-chefe da Wheeling-Pitt, James G. Bradley.
"Nossa diretoria acredita que o negócio com a CSN oferece aos nossos acionistas a proposta mais atraente no longo prazo e, em particular, irá agregar mais valor que a proposta da Esmark", disse Bradley.
O vice presidente executivo de Infra-estrutura e Energia da CSN, Marcos Lutz, disse que a empresa está "muito satisfeita" com o progresso das negociações com a Wheeling-Pittsburgh para "criar um competidor muito mais forte".
O anúncio foi feito poucas semanas depois de a Wheeling-Pitt ter recebido uma oferta hostil por parte da rival americana Esmark. O presidente e diretor-financeiro da Esmark, Craig Bouchard, disse que, enquanto sua empresa teria de obter aprovação de acionistas, agência reguladoras e do sindicato do setor, USW (United Steelworkers), o negócio com a CSN poderia contornar os obstáculos.
A Esmark planeja organizar uma lista de possíveis nomes para a diretoria da Wheeling-Pitt e então apresentar uma oferta hostil. Já a Wheeling-Pitt e a CSN, no entanto, planejam formular sua própria lista para a diretoria, incluindo o nome de Bradley, além de dois membros do USW, cinco diretores independentes e três escolhidos pela CSN.
Bouchard tem criticado o acordo, lembrando que a Wheeling-Pitt tem muitas dívidas e obtém pouco lucro. a empresa tinha US$ 277,3 milhões em dívidas de longo prazo no primeiro trimestre deste ano --só nesse período, teve um prejuízo de US$ 2,1 milhões.
Segundo ele, a estrutura do investimento da CSN equivaleria a um empréstimo para "uma das empresas de maior risco no mundo". "Mais dívidas no balanço é pouco inteligente", disse Bouchard, acrescentando que a Wheeling-Pitt não será capaz de pagar --o que poderia levar a uma situação em que a CSN assumiria o controle.
A Wheeling-Pitt já esteve sob a proteção do "Chapter 11" (capítulo da legislação americana que regulamenta as falências e concordatas) duas vezes, e foi a única siderúrgica americana a conseguir se reestruturar com sucesso desde a crise causada no setor devido às importações do produto, iniciada em 1998. Já a CSN entrou nos EUA em 2001, quando comprou a unidade de produção da Heartland Steel, em Indiana.
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