Melhoramento Genético reduz preço de alimento
As informações fazem parte do resultado da pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os pesquisadores analisaram os dados de produtividade e do preço dos alimentos do período de 1967 a 2000.
O melhoramento genético, conforme pesquisa realizada e divulgada pela revista Veja, tem propiciado a população de menor poder aquisitivo, maior acesso a alimentos básicos, como o milho, a soja e o trigo. O estudo revelou que o melhoramento genético desses produtos agrícolas tem contribuído não só para o aumento da produção, mas também para redução de preços dos alimentos.
O resultado mostra que o melhoramento genético barateou em 8% o preço do milho e 28% o preço do trigo. A produtividade desses alimentos aumentou em 21% e 34% respectivamente. O melhoramento genético é responsável direto por 12% do aumento de produtividade para o milho e 23% para eficiência produtiva do trigo.
Esses alimentos respondem por 60% do cultivo mundial de cereais e oleaginosas, alimentos-chaves da população mundial. O estudo aponta ainda que o melhoramento genético está atendendo as necessidades do contínuo aumento populacional, conseqüentemente a crescente demanda por alimentos. Todo o processo que envolve o desenvolvimento do melhoramento genético, criação de variedades resistentes, controle de doenças e pragas, adubação, uso de fertilizantes, técnicas utilizadas nas lavouras são fatores diretos para o aumento da produtividade nas culturas e queda no preço dos alimentos. São melhorias genéticas das plantas que trazem benfeitorias para a população.
“O descompasso do crescimento populacional e da produção de alimento prevista na teoria de Malthus foi derrubada pela tecnologia aplicada à agricultura. Para ele a fome gigantesca sempre seria inevitável, já que, para Malthus, a população humana aumenta em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética. Mas a Revolução Verde permitiu a produção em massa de alimentos, introduziu plantas originárias de climas temperados em regiões de clima tropical e subtropical adaptadas pelo melhoramento genético”, relata Dario Minoru Hiromoto, diretor-superintendente da Fundação MT.
Os fatores apontados no estudo para o aumento de produtividade agrícola fazem parte dos trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelos programas da Fundação MT. Das contribuições para o resultado da redução do preço de alimento e aumento de produtividade apontadas pelo estudo são o adensamento das plantas, fatores climáticos e consumo de fertilizantes, melhoramento genético, controle químico ou biológico de pragas e doenças e práticas culturais.
Os fatores estão intimamente ligados as ações desenvolvidas pelos programas da Fundação MT: Melhoramento Genético, Proteção de Plantas, Monitoramento e Adubação, Sistema de Qualidade em Sementes, Fitopatologia, Doenças e Pragas, Melhoramento do Algodão e Difusão Tecnológica. O resultado dos trabalhos de cada um desses programas culmina em desenvolvimento de cultivares adaptadas às condições do cerrado, com opções de ciclo precoce, médio e tardio e com alto rendimento.
“É o melhoramento genético contribuindo para colocar alimento na mesa das pessoas e por um preço menor. O uso de tecnologia no campo possibilitou aumento da produção de grãos. Estamos cumprindo a missão de produzir alimento para a população”, afirma Hiromoto.
O trabalho minucioso da instituição nas lavouras permite informar aos produtores quanto o controle de doenças e pragas da soja, nutrição e adubação, tratamento de sementes, integração lavoura-pecuária, gestão ambiental, sustentabilidade da agricultura, condições ideais de plantio das variedades. O desenvolvimento de novas tecnologias para a sojicultura possibilita ao produtor ganho na questão operacional, no controle de plantas daninhas, conseqüentemente melhoria da produtividade da lavoura.
Um dos programas da Fundação MT que tem aliado o ganho de produtividade e preservação ambiental é o de Monitoramento e Adubação. Os ensaios de pesquisa, dados de campo feito minuciosamente pelos pesquisadores, apontam que áreas cultivadas com soja há vários anos e com níveis de fertilidade adequados, possibilitam fazer um ajuste de adubação resultando muitas vezes um custo menor de produção que as praticadas atualmente pela maioria dos produtores. A conseqüência disso é economia com gastos na lavoura e redução de abertura de áreas para agricultura.
O uso da tecnologia fez com que a produtividade duplicasse nos últimos anos. A expansão da agricultura no cerrado tem se dado, graças às ferramentas tecnológicas e difusão de informações precisas e em tempo real, em todas as etapas da atividade agrícola. Essas informações são passadas à classe produtora da Fundação MT através Boletim de Pesquisa de Soja, boletins de cultivares, informativos técnicos de algodão e boletins informativos. É o avanço da ciência e da tecnologia possibilitando a preservação das áreas de biodiversidade, atendendo a demanda crescente da população e contribuindo para a redução do preço dos alimentos.
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