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Nacional
Quinta - 03 de Agosto de 2006 às 10:15

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A rua 25 de Março (região central de São Paulo), por onde chega a circular até 1 milhão de pessoas diariamente, ficará fechada para veículos durante o horário comercial a partir do final do mês. O anúncio foi feito pelo secretário de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo.

O objetivo é facilitar o trabalho da polícia tanto para coibir a venda ilegal de mercadorias na região quanto para garantir a segurança dos compradores que circulam na principal rua de comércio popular da cidade.

A previsão é que a via fique interditada da rua Carlos de Sousa Nazaré até a ladeira Porto Geral, segundo a Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências). O trecho contempla as cinco quadras de maior movimento na rua.

Divergência

A implantação da medida divide opiniões. Ontem à tarde, a reportagem ouviu lojistas, camelôs e consumidores sobre a novidade. Os pedestres aprovam, mas motivados pelo fim da disputa de espaço com os motoristas. "Acho que iria melhorar muito. Aqui, os carros não respeitam os pedestres, e os pedestres não respeitam os carros", disse a empresária Paula Regio, 28, que há quatro anos faz compras quinzenais na rua 25 de Março.

"Agora mesmo ficamos um tempão para conseguir atravessar. Sem carro ficaria melhor, com mais espaço para nós", diz a aposentada Irene Pedra, 61, enquanto compra em um ambulante uma tatuagem para a neta. Mesmo a designer de interiores Adriana Arantes, 29, que vai de carro fazer compras, aprovou a medida. "Costumo evitar passar por aqui, paro o carro um pouco longe. Tem muito trânsito."

Já Silvana Rosa Maciel, 35, gerente de uma loja de bijuterias, diz que sente "calafrios" ao pensar na rua fechada. "Não posso nem pensar. Os camelôs vão tomar a rua toda." Ela lembra que, quando as calçadas da rua foram alargadas, em janeiro de 2005, "todo mundo achou que iria melhorar, mas não adiantou nada". "O consumidor continua apertado. Se abrir a rua, não vai ser diferente", diz.

Lojistas

O assessor da presidência da Univinco --a associação dos lojistas da região--, Gilber Santana de Farias, disse ontem que não é "nem contra nem a favor" do projeto. "Ainda não está nada certo."

Ele diz que a idéia foi apresentada pelo secretário Andrea Matarazzo, há 15 dias, durante uma reunião. "Se fechar e a fiscalização continuar como é hoje, falha, aí não tem chance", disse Farias. Um dos temores dele é que a rua vire um camelódromo a céu aberto. Temor compartilhado pelos quatro lojistas consultados ontem pela reportagem.

"Não acredito que esse projeto vingue. Se acontecer, a rua pode ficar cheia de marreteiros, como na rua São Bento (região central de São Paulo)", diz Kalil Khouri, gerente de uma loja de material esportivo na 25 de Março.





Fonte: Folha Online

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