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Internacional
Quarta - 02 de Agosto de 2006 às 21:45

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O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, expressou apoio nesta quarta-feira à postura unificada da União Européia (UE) para resolver a crise no Líbano e cancelou pela segunda vez uma reunião que debateria o envio de uma força multinacional à região.

O porta-voz das Nações Unidas, Ahmed Fawzi, comentou que Annan deu boas-vindas ao comunicado emitido ontem pela UE, "que apóia essencialmente o ponto de vista do secretário-geral" da organização.

"A UE agora está falando a mesma língua. Primeiro deve haver um término completo das hostilidades no Líbano, seguido de um cessar-fogo. Agora temos uma frente européia unida", completou.

Após uma reunião convocada em caráter de emergência, os 25 países da UE emitiram ontem um comunicado conjunto com o objetivo de solicitar o término dos confrontos entre Israel e os membros do grupo terrorista Hizbollah, que seria o prelúdio de um cessar-fogo permanente na região e de um plano político para resolver a crise no Líbano.

O destacamento de uma força multinacional no sul do país teria como condição prévia um acordo político entre as partes, de acordo com a postura do bloco europeu.

Encontro suspenso

O porta-voz da ONU anunciou também o adiamento por tempo indeterminado, e pela segunda vez, de uma reunião para debater o destacamento de uma força multinacional, ao alegar que é necessário primeiro esclarecer um plano político para pôr fim ao conflito.

"Ainda não foi definida uma base política que determinará o mandato dessa força multinacional, e por isso é uma decisão sensata adiar a reunião até que isto ocorra", acrescentou.

A França, que foi citada como o país que poderia comandar esta força de paz, declarou que não assistiria à reunião por considerá-la muito "prematura". Além disso, outros países e regiões com grande potencial militar, como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, já expressaram que não poderão contribuir por já terem oficiais deslocados para outros conflitos, como os do Iraque e Afeganistão.

Por outro lado, os governos de Finlândia, Suíça, Espanha e Turquia estão considerando o envio de tropas ao Líbano.

Os EUA, que apóiam Israel e evitam falar em um término dos confrontos, consideram que o primeiro passo rumo à paz na região envolve o envio de uma força multinacional, para que depois as partes possam definir um cessar-fogo em caráter permanente.

O embaixador americano na ONU, John Bolton, minimizou hoje as diferenças entre seu país e a França, e disse que o desacordo envolve a "origem do fim das hostilidades e em como fazer com que este seja permanente".

"O que estamos discutindo agora [entre os membros do Conselho de Segurança da ONU] é como estabelecer fundamentos políticos que conduzam a um cessar-fogo sustentável", completou Bolton.

Os EUA anteciparam que esta semana haveria uma reunião ministerial entre os cinco membros permanentes do Conselho --EUA, Reino Unido, França, Rússia e China--, mas, por enquanto, a data do encontro ainda não foi estabelecida.

A ONU informou que ao menos 700 libaneses morreram devido aos ataques israelenses, com um terço das vítimas sendo formado por crianças. Do lado israelense morreram quase 60 pessoas, a maioria soldados.





Fonte: Folha Online

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