Tirar Doha da UTI é uma emergência, alerta Amorim
O chanceler insistiu em que não há alternativa para a Rodada Doha e disse que sua falência provocaria uma situação gravíssima, especialmente para as economias em desenvolvimento.
"O mundo assistiria a uma nova onda de protecionismo, de retaliações unilaterais e de acordo que vão ficar destorcidos, ainda mais, o comércio internacional", sustentou.
Ele insistiu, ainda, em que os acordos bilaterais ou birregionais não teriam o mesmo impacto sobre o comércio, vez que não tratam dos temas de maior interesse do Brasil, entre eles a eliminação de subsídios distorcivos ao comércio.
Parâmetro Segundo Amorim, a Rodada Doha dará o parâmetro para essas outras negociações e deixou claro que o governo brasileiro não se recusa a discutir a Área de Livre Comércio das Américas, nem o acordo Mercosul-União Européia.
O chanceler observou que, no próximo dia 9 de setembro, deverá realizar-se, no Rio de Janeiro, uma reunião do G-20, o grupo das 20 economias em desenvolvimento que atua em conjunto na negociação dos capítulos agrícolas na Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ele observou ainda que, para ele, como principal negociador do Brasil da Rodada Doha, não há alternativa que não a de ser otimista com relação aos resultados dessa rodada.
Venezuela Amorim ainda insistiu que a adesão da Venezuela como membro pleno do Mercosul foi uma iniciativa positiva do ponto de vista econômico, argumentando que ela dará maior peso ao bloco.
Ele ressalvou que esse aspecto favorável diz respeito à Venezuela enquanto país, "independentemente do governo que tenha". Destacou, ainda, que gostaria que também a Colômbia ingressasse no Mercosul , e depois acrescentou que também todos os demais vizinhos da América do Sul.
Sua declaração foi feita em resposta a uma intervenção do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), que disse considerar o ingresso da Venezuela "um golpe de morte no Mercosul".
Aspecto político No aspecto político, Amorim afirmou que é importante haver eleições democráticas neste fim de ano na Venezuela, assim como houve o referendo que manteve o presidente Hugo Chávez na condução do país. Entretanto, assinalou que o Mercosul tem dois preceitos essenciais: a cláusula democrática e a caracterização do bloco como uma zona livre de armas de destruição em massa.
"Ao aderir ao Mercosul, a Venezuela terá de aderir a todos esses preceitos", afirmou. "Manter o diálogo, para nós é melhor do que a política do isolamento".
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