Conflito no Líbano pode beneficiar situação do Irã
O grupo terrorista libanês Hizbollah "é a primeira linha de defesa dos povos muçulmanos e dos povos da região", proclamou nesta quarta-feira o guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei.
Em mensagem dirigida aos muçulmanos, Khamenei fez um apelo à "resistência, acompanhada do sacrifício" para lutar contra "o lobo selvagem do sionismo e a agressão do grande Satã" americano.
A manifestação do líder supremo do Irã vai no sentido contrário dos pedidos feitos a Teerã por autoridades ocidentais --particularmente francesas-- para que o país persa ajude a estabilizar a situação no Líbano.
O Irã é o maior apoio do Hizbollah, apesar de Teerã assegurar que apenas o apóie moral e politicamente, enquanto que os ocidentais acusam a república islâmica de financiar e armar o movimento xiita.
A feroz resistência que o Hizbollah ergueu contra o Exército do Estado israelense, o mais poderoso da região, é saudada diariamente pela imprensa iraniana.
Segundo um diplomata estrangeiro em Teerã --que pediu para não ter seu nome divulgado--, os dirigentes iranianos não demostram querer uma mudança na dinâmica do conflito, porque pretendem obter benefícios imediatos.
"Nos países árabes e islâmicos, o Hizbollah é visto como o único capaz de resistir a Israel, o que beneficia o Irã graças a seus vínculos" com o grupo xiita, explica Mohamed Ali Abtahi, ex-vice-presidente iraniano e grande conhecedor do Líbano.
No entanto, para Mahmud Shamsolvaezine, jornalista e analista iraniano, "com Israel vencedor ou perdedor, esta guerra será ruim para o Irã".
Se Israel a vencer, acrescenta, "isto enfraquecerá consideravelmente um dos aliados mais próximos a Teerã" e, conseqüentemente, afetará "um de seus meios de represália se os americanos decidirem aumentar a pressão ou atacá-los".
Mas se o Estado israelense perder, "Israel e Estados Unidos chegarão à conclusão de que é preciso atuar contra o Irã, a quem considera o apoio ou o protetor de todos os grupos islâmicos da região, um protetor contra o qual é preciso atuar para normalizar região", acrescentou Shamsolvaezine.
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