Faltam caminhões para o transporte de grãos no Centro-Oeste
O gerente da transportadora Agotran, Moacir Francisco Dall Orsoleta, de Rondonópolis, diz que, além do aquecimento da demanda por transportes, outro fator que afeta o setor é o número expressivo de pequenas transportadoras endividadas. "Muitas empresas não puderam transportar mercadorias durante o período de protesto dos agricultores, entre abril e maio, e por isso viram suas dívidas aumentar." No caso da Agotran, as perdas diárias durante os protestos foram de R$ 35 mil.
Segundo Orsoleta, há muitos caminhões simplesmente parados porque as empresas não têm recursos para quitar suas dívidas e não podem bancar os custos do transporte, diante dos baixos preços do frete. Ele reclama que o preço do óleo diesel aumentou muito e o governo não tomou nenhuma atitude para frear essa alta.
A demanda por frete também está acima da média em Goiás, segundo o gerente-comercial da Transportadora Brasil Central, Robson de Faria Pimenta, no sudoeste do Estado. Segundo ele, a procura maior é para o transporte de farelo de soja, mas com os leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), aumentou a demanda por transporte de milho, ao qual a empresa não está conseguindo atender.
O impacto dos protestos de agricultores também foi sentido na região. No período das paralisações, a Brasil Central, que transporta 40 mil toneladas/mês, viu a movimentação cair para 8 mil toneladas. O setor esperava aumento dos preços de frete com o fim dos protestos, mas nem a demanda maior puxou o faturamento do setor.
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