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Saúde
Terça - 01 de Agosto de 2006 às 15:31

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“Discutir ética é sempre importante e atual. A ética é a ciência da moral e vale para todos os sentidos da vida”. Essa afirmação foi feita pelo diretor da Unimed Cuiabá, Márcio Canavarros, ao falar sobre II Encontro com a Ética, realizado nos dias 28 e 29, no auditório da cooperativa. Segundo o presidente da comissão de ética da Unimed Cuiabá, José Pinheiro Filho, a proposta da cooperativa é investir em educação continuada.

O “erro médico” foi um dos temas discutidos durante o encontro. O médico José Alberto Alves sugeriu que o erro médico seja encarado de um modo diferente. “Hoje o erro é visto de forma punitiva e marginalizada, o que dificulta uma abordagem positiva”, disse. “É uma realidade que não pode ser escondida e sim encarada como falta de cuidado, de atenção ou de conhecimento”, frisou. “Muitas vezes o aluno acha que é infalível. Durante a formação não se discute o erro ou então não se discute de forma construtiva”, completou.

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM), Aguiar Farina, apresentou estratégias de prevenção do erro médico, principalmente, os que surgem na relação entre médico e paciente. “O médico deve explicar o diagnóstico com clareza, orientar os riscos da patologia e do tratamento, permitir questionamentos do paciente e não prometer o impossível”, afirmou. O presidente informou que 80% das sindicâncias são arquivadas por falta de provas. A maioria das denúncias é contra ginecologistas e obstetras, com mais de 45 anos.

O professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Eduardo De Lamônica Freire, falou sobre o ensino da ética nas faculdades de medicina do Brasil. “Ética médica deveria ser ensinada desde as disciplinas básicas e pré-clínicas”. Segundo dados levados pelo professor, a maioria das faculdades de medicina aborda a ética no 4º ano do curso. A UFMT aplica a disciplina no 3º ano e destina apenas 36 das mais de 9 mil horas de aula, para o ensino da matéria. “A ética deveria ser ministrada verticalmente, durante todos os anos de faculdade, por um corpo docente específico”. O professor acrescentou a importância de realização de congressos e seminários sobre o tema, a atuação conjunta do CRM e comissões de ética, e a inclusão da ética nos compêndios de medicina.

O jornalista Severo Crudo explicou que muitas vezes a má notícia vale mais, dá mais repercussão, por isso os veículos exploram o erro médico. Entretanto, no caso de injustiça, a legislação prevê direito de resposta no mesmo veículo e do mesmo tamanho da matéria publicada. “Hoje em dia as assessoria de imprensa também têm o papel de intermediar a relação entre os veículos e as entidades de saúde, o que garante mais espaço para a discussão na imprensa”, destacou.





Fonte: Pau e Prosa

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