3ª fábrica do país será em Cuiabá
As lentes intra-oculares são aquelas implantadas em pacientes após serem submetidos a uma cirurgia para a retirada do cristalino (lente original) infectado pela catarata. A Interlens será a primeira no mundo a produzir lentes hidrofílicas amarelas, que filtram os raios ultravioletas, segundo informa o oftalmologista Orivaldo Amâncio Nunes Filho, um dos sócios da empresa. "Existe a hereditariedade, mas a exposição maior ao sol é um outro fator ao desenvolvimento da doença, que antes acometia pessoas acima de 50 anos e hoje já é diagnosticada em indivíduos com menor idade".
O médico explica que a decisão de instalar a indústria no Estado foi tomada depois de analisar as propostas oferecidas pelos governos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e de Mato Grosso. O empreendimento terá redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). Outro atrativo para implantar a indústria no país é o custo de produção, que chega a ser entre 40% e 50% menor que o europeu.
"Por sermos dois dos sócios cuiabanos queríamos trazer a fábrica para a Capital, mas o que pesou definitivamente foi o fato de termos o Porto Seco para poder exportar o produto final e importar a matéria-prima da Inglaterra". Além de dois oftalmologistas locais, a Interlens tem como sócios a indústria belga Phisiol e um consultor francês.
A indústria já fechou um contrato para fornecer 40 mil lentes por ano para a distribuidora Francilens (França). Nunes explica que no primeiro ano de produção 80% das vendas serão destinadas ao mercado externo e 20% ao interno.
No segundo ano de atividade a Interlens terá a produção aumentada para 240 mil lentes intra-oculares. Nesse período também será fabricado o hialorunidato de sódio, um líquido utilizado durante a realização da cirurgia de catarata e pela área de reumatologia para lubrificar as articulações do paciente. Serão ainda confeccionados 60 mil anéis e 84 mil discos elásticos. Nessa fase serão investidos mais R$ 3 milhões para a ampliação física e aquisição de equipamentos.
Dos R$ 8 milhões de investimentos na primeira fase da indústria, 50% são de recursos próprios e a outra metade terá financiamento do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO).
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