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Internacional
Segunda - 31 de Julho de 2006 às 17:34

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Os governos árabes reforçaram a pressão na segunda-feira por um cessar-fogo entre Israel e o Hezbolá e responsabilizaram a ONU pelo fato de a trégua ainda não ter sido imposta. Nas ruas do Egito e no Parlamento kuweitiano, árabes disseram que os Estados Unidos estão com as mãos sujas do sangue dos civis libaneses, porque estão se opondo ao cessar-fogo imediato.

No pior incidente do tipo das quase três semanas de combates, pelo menos 54 civis morreram num ataque aéreo israelense contra a cidade libanesa de Qana. O ataque indignou a opinião pública árabe e obrigou os governos árabes aliados dos EUA a aumentar a pressão pelo fim do conflito, que Israel pretende manter.

O presidente do Egito, Hosni Mubarak, disse que o Conselho de Segurança da ONU revelou sua impotência com sua reação aos combates, e voltou a pedir um cessar-fogo imediato. Num pronunciamento à nação, Mubarak disse que o impasse entre Israel e os palestinos está no cerne do problema, e que por isso há uma necessidade urgente de retomar as negociações de paz.

O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se no domingo em Nova York e aprovou por unanimidade uma declaração deplorando o ataque de Qana. Mas os Estados Unidos bloquearam a adoção do apelo do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pela trégua imediata.

"O Egito expressa seu pesar e sua contrariedade com a não-obtenção de um cessar-fogo imediato... O Conselho de Segurança não conseguiu lidar rápida e efetivamente com a agressão israelense e não cumpriu sua responsabilidade com a paz e a segurança internacional", disse Mubarak.

"Essa enrolação e essa impotência refletem as falhas fundamentais do sistema de defesa unificado representado pelas Nações Unidas", acrescentou o presidente egípcio. O gabinete saudita disse que Israel é o único responsável pelos "massacres e crimes de guerra que está cometendo contra o povo libanês, suas instituições e sua infra-estrutura".

Uma declaração do gabinete divulgada pela agência de notícias oficial do governo disse que o reino vai continuar pressionando por um cessar-fogo imediato.

O Barein lamentou profundamente "a impotência da diplomacia internacional para pôr fim aos massacres diários" e acrescentou, numa declaração, que há um viés claro a favor de Israel, que ameaça os esforços para combater o terrorismo.

No centro de Cairo, entre 500 e 600 manifestantes interromperam o tráfego num protesto em apoio ao Hezbolá e contra Israel, os EUA e o presidente Mubarak. "Onde está o Exército árabe? Onde está o Exército egípcio? Abaixo Hosni Mubarak", gritavam. Muitos carregavam bandeiras do Hezbolá e fotos do líder do grupo guerrilheiro, Sayyed Hassan Nasrallah.

Em Trípoli, cerca de 200 crianças fizeram uma passeata levando cartazes que diziam: "O massacre de Qana é uma cruzada bárbara", "Onde está a comunidade internacional?" e "A ONU deve se responsabilizar ou então ela não existe." A manifestação foi organizada por uma ONG chefiada por Aisha Gaddafi, filha do líder líbio Muammar Gaddafi.

No Kuweit, forte aliado dos EUA, vários parlamentares atacaram Washington, na segunda-feira, por não interferir para pôr fim à guerra. "Os Estados Unidos estão por trás dessa guerra. Eles condenam o terrorismo mas também o praticam", disse o parlamentar sunita Khaled al-Adwa.





Fonte: Reuters

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