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Segunda - 31 de Julho de 2006 às 14:18

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Um levantamento feito pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (Dnit) no Estado mostra que 96% dos veículos de carga que trafegam pela BR-364 estão com excesso de peso. E ainda, que por extrapolar o limite aceitável, que é de 5%, pelo menos 50% estão sujeitos a multas.

A constatação somente foi possível depois da ativação do posto da balança de pesagem de veículos de carga construído da BR-364, próximo à serra de São Vicente. Por quase 20 anos, devido uma ação judicial, o posto ficou sem funcionar.

Mas a partir de maio deste ano, quando o Dnit instalou no local uma balança móvel, o que os técnicos do órgão suspeitavam passou a ter comprovação.

Na semana passada, a fiscalização reteve na balança uma carreta modelo Bitren de dois semi-reboques que transportava 84 toneladas de madeira. Pela legislação, esse tipo de veículo deveria carregar no máximo, já com o excesso tolerável, 59,8 toneladas.

Nesse caso, explica o supervisor de Operações do Dnit, Wanderley Miguel da Costa, os técnicos acionaram a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para apreensão do veículo. Além da multa de R$ 6 mil, para prosseguir viagem, o motorista teve que deixar as quase 25 toneladas excedentes em um depósito da PRF.

De acordo com Wanderley Costa, cerca de 6 mil veículos trafegam diariamente pela BR-364 no trecho entre Cuiabá e Rondonópolis. Desse total, 32% são carros de passeio, 30% carretas modelo bi trem de dois semi-reboques, 20% caminhões semi-reboque, 12% caminhões leves, 4% são ônibus de passageiros, e 2% carretas tremião (com dois reboques).

Conclui-se, com essa estatística, que 56% dos veículos de carga podem estar trafegando diariamente pela rodovia com excesso de carga. O índice equivale a mais de 3.300 mil veículos.

Mas por enquanto, em virtude da falta de capacidade da balança, a pesagem dos veículos é feita por amostragem. Fiscais do Dnit ficam em determinado ponto do posto indicando quais os caminhões, carretas ou ônibus que serão pesados.

O superintendente do Dnit em Mato Grosso, Laércio Coelho Pina, disse que o órgão tinha uma idéia de que havia um percentual de veículos trafegando pela rodovia com carga excedente, mas não imaginava que fosse tão alto como mostrou o levantamento.

Pina observou que numa pista de tráfego intenso como essa, por onde passam grãos, madeira, óleo vegetal, gado e tantos outros de produtos, o excesso de peso dificulta as ações de manutenção e acelera o processo de deterioração do asfalto, além de tornar a recuperação mais onerosa aos cofres públicos.

Conforme o superintendente, o Dnit está finalizando em âmbito nacional um estudo que subsidiará o Plano Diretor Nacional de Pesagem. Nesse plano, observou Pina, estarão definidos os pontos de instalação de balanças e melhorias dos serviços já existem.

Em Mato Grosso, informou ele, há duas balanças em funcionamento: a da BR-364 (na pista do sentido Cuiabá-Rondonópolis), e outra próximo à cidade de Cáceres.

Até o final deste ano, segundo Pina, o equipamento da Serra de São Vicente continuará operando por amostragem. Depois, terá dois pontos fixos de pesagem, um em cada sentido da pista.

Ainda de acordo com o Dnit, o local onde está instalada a balança na BR-364 foi o que recebeu ações prioritárias do órgão durante o plano emergencial de recuperação de estradas, lançado em janeiro pelo governo federal.

O asfalto daquele trecho era um dos mais danificados de Mato Grosso, de acordo com o Dnit. Para o Estado, R$ 22,4 milhões foram destinados pelo plano, a serem empregados em 1,7 mil quilômetros de estradas. Pelo menos quinze empresas foram contratadas para obras dentro desse programa.




Fonte: Diário de Cuiabá

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