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Nacional
Domingo - 30 de Julho de 2006 às 09:20

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Nos últimos 16 anos, os homens brasileiros ficaram mais gordos. E os homens executivos, mais ainda. Levantamento feito pelo Hospital Israelita Albert Einstein com 4.000 empresários nos dois últimos anos aponta que 71% deles está acima do peso, contra 26% das mulheres executivas.

O levantamento feito no hospital trata de um público específico, mas é o reflexo de um número que confirma que os homens estão cada vez mais gordinhos: em 1989, dentro da população brasileira acima do peso, eles eram 28%. Já em 2003, num universo de 38,8 milhões de pessoas com excesso de peso, a população masculina somava 41% (segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE).

Contrariando essa tendência, as mulheres praticamente "estacionaram" nesse período: em 1989 eram 38% das pessoas que estava acima do peso. Em 2003, eram 40%.

A principal causa do sobrepeso e conseqüentemente da obesidade é o sedentarismo. "Obesidade e sedentarismo estão intimamente ligados. Sem praticar atividades físicas, a energia que deveria ser consumida fica depositada no organismo em forma de gordura", explicou o médico José Antônio Maluf Carvalho, responsável pelo levantamento e coordenador do Centro de Medicina Preventiva do Hospital Albert Einstein.

Do total de executivos avaliados, 76% são sedentários ou pouco ativos --não cumprem as metas de atividade física preconizadas internacionalmente (30 minutos diários pelo menos). Por conta disso, afirma Carvalho, o sedentarismo influencia mais no excesso de peso do que a opção por alimentos calóricos ou não-saudáveis.

"Os executivos não conseguem cumprir o mínimo de exercícios recomendados. A gordura fica depositada no abdome, o que aumenta o risco de problemas cardiovasculares."

A falta de tempo e o grande número de negócios feitos em restaurantes são algumas das "desculpas" dos executivos para justificar o sedentarismo e explicar o aumento de peso.

"Isso não é justificativa. Se o executivo fizer mais atividades não-programadas, como subir de escada no escritório, ir a pé até a padaria, andar mais de ônibus, e evitar comer comidas muito gordurosas, por exemplo, ele estará contribuindo para a queima de calorias", disse Bruno Geloneze, pesquisador do Departamento de Endocrinologia da Unicamp.

Ansiedade, hipertensão, tabagismo, colesterol, triglicérides e presença de gordura no fígado também são fatores de risco importantes que foram identificados nos executivos.

O principal desafio é fazer os executivos, em especial os homens, entenderem que esses fatores trazem riscos à saúde. "É muito difícil reverter esse quadro sem que haja uma mudança de hábitos de maneira geral. O Brasil está alcançando o número de obesos dos Estados Unidos", disse Rosana Radominski, vice-presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade).

Marisa Helena César Coral, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, também enfatiza a necessidade de mudança no estilo de vida. "Os hábitos da vida moderna estão nos fazendo engordar. É preciso mudar isso urgentemente."




Fonte: Folha de S. Paulo

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