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Emprego precário é o que mais cresce no país
Além de registrar queda no ritmo da criação de vagas formais (com carteira assinada) em 2006, o mercado de trabalho vem revelando uma "precarização" do emprego no Brasil.
A velocidade das demissões de pessoas com maior escolaridade é hoje superior às contratações. Entre os menos escolarizados, ocorre o inverso.
O destaque dos últimos 12 meses (de maio de 2005 a maio de 2006) é justamente a velocidade na criação de empregos para analfabetos e para pessoas que têm até a 4ª série do ensino fundamental completo.
Há dois meses, por exemplo, Rafael de Castro, analfabeto e pedreiro há 30 anos, foi "fichado" em carteira, pela primeira vez, para trabalhar em obra em São Paulo.
Entre os trabalhadores mais educados (a partir do 2º grau incompleto até o superior completo), destaca-se o oposto: o ritmo das demissões é maior que o das contratações.
Hoje, é o Nordeste quem puxa para cima a média nacional de contratação de analfabetos. Aumentou 36,4% a admissão de pessoas sem nenhum estudo na região nos últimos 12 meses. Já a diminuição no ritmo de contratações de trabalhadores mais escolarizados se dá praticamente em todas as regiões.
Em resumo, a despeito da criação de 4,3 milhões de empregos formais no governo Lula, o Brasil dos últimos 12 meses piorou a qualidade de sua mão-de-obra.
O fato tende a acentuar a forte tendência dos últimos nove anos de encolhimento da proporção de famílias que recebem de 5 a 20 salários mínimos. Em 1997, elas representavam 39% do total. Hoje, são 26,1%.
Na contramão, as famílias com renda até dois salários mínimos subiram de 28,1% para 39,5% no mesmo período.
Do ponto de vista político-eleitoral, a piora na qualidade da mão-de-obra no Brasil --que tem efeitos econômicos positivos incontestáveis para os mais pobres-- tende a beneficiar a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a última pesquisa Datafolha, do dia 19, Lula tem 51% das intenções de voto entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos (R$ 700,00). Entre os que ganham entre 5 e 10 salários (até R$ 3.500,00), a preferência pelo presidente cai para 35%.
O mesmo vale para a escolaridade: Lula tem 50% entre os eleitores com até o ensino fundamental, 41% entre os com o ensino médio e 31% entre os que têm curso superior.
Na obra de construção civil visitada pela Folha, Lula é o candidato de todos os dez trabalhadores entrevistados. Todos apontam melhora na vida e na situação de emprego nos últimos três anos e meio.
O Ministério do Trabalho atribui a "efeitos sazonais", com destaque para o setor agrícola, a contratação de mais analfabetos e de pessoas com menos escolarização, principalmente no Nordeste. Mas admite que o governo tem se saído melhor quando se trata da criação de empregos. Quando o assunto é renda, os resultados não são tão satisfatórios.
De janeiro a junho de 2006, o emprego com carteira assinada registrou saldo de 923.798 novas vagas. Mas o número indicou queda de 4,4% em relação a igual período de 2005.
A velocidade das demissões de pessoas com maior escolaridade é hoje superior às contratações. Entre os menos escolarizados, ocorre o inverso.
O destaque dos últimos 12 meses (de maio de 2005 a maio de 2006) é justamente a velocidade na criação de empregos para analfabetos e para pessoas que têm até a 4ª série do ensino fundamental completo.
Há dois meses, por exemplo, Rafael de Castro, analfabeto e pedreiro há 30 anos, foi "fichado" em carteira, pela primeira vez, para trabalhar em obra em São Paulo.
Entre os trabalhadores mais educados (a partir do 2º grau incompleto até o superior completo), destaca-se o oposto: o ritmo das demissões é maior que o das contratações.
Hoje, é o Nordeste quem puxa para cima a média nacional de contratação de analfabetos. Aumentou 36,4% a admissão de pessoas sem nenhum estudo na região nos últimos 12 meses. Já a diminuição no ritmo de contratações de trabalhadores mais escolarizados se dá praticamente em todas as regiões.
Em resumo, a despeito da criação de 4,3 milhões de empregos formais no governo Lula, o Brasil dos últimos 12 meses piorou a qualidade de sua mão-de-obra.
O fato tende a acentuar a forte tendência dos últimos nove anos de encolhimento da proporção de famílias que recebem de 5 a 20 salários mínimos. Em 1997, elas representavam 39% do total. Hoje, são 26,1%.
Na contramão, as famílias com renda até dois salários mínimos subiram de 28,1% para 39,5% no mesmo período.
Do ponto de vista político-eleitoral, a piora na qualidade da mão-de-obra no Brasil --que tem efeitos econômicos positivos incontestáveis para os mais pobres-- tende a beneficiar a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a última pesquisa Datafolha, do dia 19, Lula tem 51% das intenções de voto entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos (R$ 700,00). Entre os que ganham entre 5 e 10 salários (até R$ 3.500,00), a preferência pelo presidente cai para 35%.
O mesmo vale para a escolaridade: Lula tem 50% entre os eleitores com até o ensino fundamental, 41% entre os com o ensino médio e 31% entre os que têm curso superior.
Na obra de construção civil visitada pela Folha, Lula é o candidato de todos os dez trabalhadores entrevistados. Todos apontam melhora na vida e na situação de emprego nos últimos três anos e meio.
O Ministério do Trabalho atribui a "efeitos sazonais", com destaque para o setor agrícola, a contratação de mais analfabetos e de pessoas com menos escolarização, principalmente no Nordeste. Mas admite que o governo tem se saído melhor quando se trata da criação de empregos. Quando o assunto é renda, os resultados não são tão satisfatórios.
De janeiro a junho de 2006, o emprego com carteira assinada registrou saldo de 923.798 novas vagas. Mas o número indicou queda de 4,4% em relação a igual período de 2005.
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/286571/visualizar/
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