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Cidades/Geral
Sábado - 29 de Julho de 2006 às 16:36
Por: Alecy Alves

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O número de caso de Aids, doença sexualmente transmitida, está crescendo entre as pessoas com idade acima de 50 anos. Em Mato Grosso, o primeiro caso diagnosticado nessa faixa etária foi em 1991. Naquele ano, houve um caso, mas no ano seguinte o número subiu para três, em 94, saltou para seis e assim, com algumas eventuais quedas, os índices foram se elevando sucessivamente.

Em 1996, foram confirmados 26 novos diagnósticos com sorologia positiva de HIV. Agora já são 265, incluindo os 63 registrado em 2004 e os 22 do ano passado, dados da estatística preliminar divulgada pelo Ministério da Saúde. Neste ano, já foram registrados no Estado 53 novos casos da doença, mas esse índice é geral, ou seja, incluí crianças, jovens, adultos sem distinção de faixa de idade.

Em Mato Grosso não há nenhum serviço de prevenção à Aids voltado especificamente aos idosos. A gerente de Planejamento e Avaliação de Projetos da Secretaria Estadual de Saúde, a assistente social Maria Helena Lopes, disse que os idosos recebem a mesma atenção dispensada aos demais portadores.

Na avaliação de Maria Helena, apesar de crescente, os índices da doença entre os idosos não apontam para uma necessidade de serviço ou tratamento especial. Assim como para os demais usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), ao idoso é ofertado o diagnóstico, atendimento básico da rede e encaminhamentos tanto para o serviço de referência ambulatorial quanto hospitalar.

No caso da prevenção, diz Maria Helena, eles têm gratuitamente preservativos nas unidades de saúde ou nos serviços especializados de DST/Aids. Anualmente, conforme a gerente, o Estado distribui cerca de 600 mil camisinhas.

No município de Cuiabá, também não há uma política de saúde voltada à prevenção da Aids entre os idosos. Eventualmente, como o evento ocorrido na quinta-feira da semana passada, na sede do Programa de Atenção à Saúde do Idoso (PASI), no bairro Planalto, algumas unidades promovem palestras educativas sobre o tema. Mas para assistente social da Assessoria de Comunicação e Educação em Saúde da SMS, Sônia Paiva, apesar da incidência da Aids ser maior entre as pessoas com idade entre 25 e 40 anos, deveria haver ações específicas voltadas aos idosos.

Independente da idade, diz Sônia, se há prática de sexo, é preciso haver cuidados. Entretanto, reconhece ela, como a Aids é uma doença recente - surgiu na década de 80 -, a necessidade do uso do preservativo não faz parte da cultura do idoso. Daí, a importância de desenvolver orientação específica. Sônia, que na quinta-feira ministrou uma palestra sobre prevenção em conseqüência da Aids para um público de pouco mais de 60 idosos, diz que nessa faixa etária há muitas pessoas que sequer acreditam na existência dessa doença.

Alice Magalhães, que coordena o PASI há mais de três anos, diz que ao mesmo tempo em que, com simplicidade, confidenciam que mantém relações sexuais extra conjugais, os idosos confessam que nunca usaram preservativo. O PASI funciona ao lado da Policlínica do Planalto, onde os usuários do SUS de todas as idades podem se cadastrar para receber preservativos gratuitamente.

Alice diz que sua preocupação com a saúde dos idosos extrapola as atividades que o programa oferece diariamente, como alfabetização, fisioterapia, dança e educação física. Por isso, observa, já promoveu duas palestras sobre Aids neste ano. Entretanto, sabe que esse trabalho deveria ir além dos 967 idosos atendidos pelo PASI.




Fonte: Diário de Cuiabá

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