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Polícia Brasil
Sábado - 29 de Julho de 2006 às 09:56

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Operação do 2º BPM (Botafogo) montada, na tarde de ontem, para escoltar o caminhão de uma transportadora que foi fazer a mudança de W., 43 anos, pequeno empresário de turismo expulso da sua casa, na Ladeira dos Tabajaras, em Copacaba, por traficantes, terminou em tiroteio. Uma mulher foi resgatada depois de mantida refém pelo chefe do tráfico local, Rogério Fernandes da Conceição, o Focinho, que acabou baleado.

O bandido foi ferido no peito em troca de tiros quando os policiais entraram na favela. Focinho se escondeu numa casa e houve negociação por mais de uma hora. Na incursão, houve apreensão de granada e munição.

Casada e com um filho de três anos, a moradora de 33 anos estava sozinha arrumando a casa quando foi surpreendida pelo traficante. Desarmado e sangrando muito, Focinho mandou a refém apagar as luzes dos cômodos e ficar com ele num quarto. Reclamando de muita dor, o bandido deitou-se no chão e pediu que rezassem juntos.

"Nunca vou esquecer daquela cena. Ele deitou, puxou o lençol da cama, enxugou um pouco do sangue e disse que queria rezar uma Ave Maria. Fiquei de joelho, enquanto ele vomitava do meu lado", contou ela, que nasceu no Ceará e mora a um ano na favela.

Negociação

A negociação foi acompanhada pelo comandante do batalhão, tenente-coronel Ricardo Quemento, que deu garantias de vida ao bandido. No mesmo momento, a poucos metros da casa invadida, policiais escoltavam funcionários de uma transportadora, que faziam a mudança de W.. Quando se entregou, o traficante saiu atrás da refém, com as mãos no ombro dela.

Ele foi levado para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, e operado. O fuzil que ele usou para atirar nos policiais foi jogado na mata. Apesar das buscas do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a arma não foi encontrada.

Semana passada, o bando de Focinho expulsou W. e o filho dele de 15 anos da casa construída pela família há 20 anos. O motivo seria o fato de o morador ter liderado abaixo-assinado para retirar birosca, construída em frente à sua casa, onde funcionaria boca-de-fumo. O problema foi comunicado à Região Administrativa de Botafogo.

"Apesar de todo drama, não me arrependo do que fiz. Saio, mas deixo a casa à disposição do batalhão para se transformar num Posto de Policiamento Comunitário", afirmou W.




Fonte: O Dia

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