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Chávez falta à festa de seu aniversário no Irã
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, faltou à festa do seu próprio aniversário em Teerã, na sexta-feira, mas o dirigente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, tem alguns presentes guardados para seu colega de antiamericanismo.
O gabinete presidencial do Irã convidou os jornalistas para receber Chávez no aeroporto de Teerã na sexta-feira, quando ele completa 52 anos. Mas, após várias horas de espera, foram mandados para casa.
O governo venezuelano disse que Chávez chegará no sábado, e as autoridades iranianas não explicaram a mudança de agenda.
Ahmadinejad já preparou uma medalha e alguns acordos de investimentos petrolíferos para Chávez, e sempre pode haver uma festa-surpresa quando esses oradores tão imprevisíveis se juntam.
Caracas é atualmente um dos principais aliados de Teerã, e os investidores iranianos estão despejando dinheiro em projetos petrolíferos, de construção e em fábricas de tratores na Venezuela.
Ahmadinejad e Chávez, que se dão muito bem, têm em comum o fato de serem ex-militares, populistas e de falarem duro na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Esta é a quinta visita de Chávez ao Irã, na última etapa da sua turnê mundial.
A Venezuela apóia ativamente o Irã na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) quanto ao seu direito de enriquecer urânio, rejeitando as acusações norte-americanas de que a República Islâmica desenvolve armas nucleares.
"ALTO MEDALHÃO"
Chávez deve receber o "Alto Medalhão da República Islâmica do Irã", mas o gabinete de Ahmadinejad não explicou a razão da condecoração.
Gholamreza Manouchehri, diretor da estatal iraniana Petropars, disse que a visita de Chávez dará oportunidade para que a empresa formalize um investimento de longo prazo no Irã, especialmente para prestar serviços na plataforma marítima venezuelana de Norte de Paria.
Além disso, a Petropars vai entrar numa "nova fase" no seu trabalho de certificação de piche na bacia do Orinoco, segundo Manouchehri, que não explicou se isso significa a assinatura de um novo contrato.
As firmas iranianas já investiram 1 bilhão de dólares na Venezuela até agora, e o Ministério da Indústria diz que espera ampliar esse valor para 9 bilhões de dólares nos próximos anos.
Mas, segundo analistas e diplomatas, Chávez sabe que há limites para sua relação com o Irã, devido à dependência de Caracas em relação a Washington no mercado petroleiro.
Nesse cenário, transações comerciais são aceitáveis, mas as militares provavelmente seriam consideradas provocação. A Venezuela está recorrendo principalmente à Rússia para aquisições bélicas.
Analistas também lembram que a Venezuela nunca será uma prioridade na política externa do Irã, voltada principalmente para questões islâmicas.
"Não há afinidade natural, porque os líderes islâmicos do Irã sempre desprezaram os comunistas e socialistas ''agnósticos'' e olham com desdém para a falta de rigidez social na América Latina", disse Karim Sajadpour, analista de Irã no International Crisis Group. "O único vínculo é a inimizade comum contra os Estados Unidos."
O governo venezuelano disse que Chávez chegará no sábado, e as autoridades iranianas não explicaram a mudança de agenda.
Ahmadinejad já preparou uma medalha e alguns acordos de investimentos petrolíferos para Chávez, e sempre pode haver uma festa-surpresa quando esses oradores tão imprevisíveis se juntam.
Caracas é atualmente um dos principais aliados de Teerã, e os investidores iranianos estão despejando dinheiro em projetos petrolíferos, de construção e em fábricas de tratores na Venezuela.
Ahmadinejad e Chávez, que se dão muito bem, têm em comum o fato de serem ex-militares, populistas e de falarem duro na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Esta é a quinta visita de Chávez ao Irã, na última etapa da sua turnê mundial.
A Venezuela apóia ativamente o Irã na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) quanto ao seu direito de enriquecer urânio, rejeitando as acusações norte-americanas de que a República Islâmica desenvolve armas nucleares.
"ALTO MEDALHÃO"
Chávez deve receber o "Alto Medalhão da República Islâmica do Irã", mas o gabinete de Ahmadinejad não explicou a razão da condecoração.
Gholamreza Manouchehri, diretor da estatal iraniana Petropars, disse que a visita de Chávez dará oportunidade para que a empresa formalize um investimento de longo prazo no Irã, especialmente para prestar serviços na plataforma marítima venezuelana de Norte de Paria.
Além disso, a Petropars vai entrar numa "nova fase" no seu trabalho de certificação de piche na bacia do Orinoco, segundo Manouchehri, que não explicou se isso significa a assinatura de um novo contrato.
As firmas iranianas já investiram 1 bilhão de dólares na Venezuela até agora, e o Ministério da Indústria diz que espera ampliar esse valor para 9 bilhões de dólares nos próximos anos.
Mas, segundo analistas e diplomatas, Chávez sabe que há limites para sua relação com o Irã, devido à dependência de Caracas em relação a Washington no mercado petroleiro.
Nesse cenário, transações comerciais são aceitáveis, mas as militares provavelmente seriam consideradas provocação. A Venezuela está recorrendo principalmente à Rússia para aquisições bélicas.
Analistas também lembram que a Venezuela nunca será uma prioridade na política externa do Irã, voltada principalmente para questões islâmicas.
"Não há afinidade natural, porque os líderes islâmicos do Irã sempre desprezaram os comunistas e socialistas ''agnósticos'' e olham com desdém para a falta de rigidez social na América Latina", disse Karim Sajadpour, analista de Irã no International Crisis Group. "O único vínculo é a inimizade comum contra os Estados Unidos."
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/286674/visualizar/
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