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Internacional
Sexta - 28 de Julho de 2006 às 09:49

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: A Organização das Nações Unidas (ONU) não pode obrigar o Irã a abandonar seu programa nuclear, afirmou um importante clérigo do país na sexta-feira.

"O Irã islâmico não será privado de seu claro direito no setor nuclear, nem mesmo por uma resolução aprovada pelo inútil Conselho de Segurança da ONU", disse Ahmad Khatami, durante orações realizadas em Teerã e transmitidas ao vivo pela rádio pública do país.

Membros importantes do Conselho de Segurança acertaram informalmente uma resolução que inclui uma ameaça de impor sanções caso o Irã não suspenda seu programa de enriquecimento de urânio e de reprocessamento de plutônio, disseram diplomatas de países ocidentais na quinta-feira.

O projeto do texto precisa ser aprovado, primeiramente, pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, que possuem poder de veto — EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia e China. A Alemanha, que participa das negociações a respeito do país islâmico, também se manifestaria previamente a respeito da proposta.

A imposição de sanções contra o Irã e outras medidas do tipo não contam com o apoio dos governos russo e chinês.

A Rússia vem ajudando os iranianos na construção de seu primeiro reator nuclear, no porto de Bushehr, e pretende ampliar ainda mais a cooperação atômica com o país islâmico, rico em petróleo.

Segundo Khatami, a intervenção do Conselho de Segurança na questão nuclear do Irã havia minado as chances de uma solução diplomática para a disputa com as potências ocidentais, que acusam o país islâmico de desenvolver um programa secreto de armas nucleares. O governo iraniano nega a acusação.

"Seria aconselhável que os europeus usassem seus canais diplomáticos para resolver a questão nuclear com o Irã", afirmou Khatami, que participa da Assembléia dos Sábios, o órgão composto por 86 clérigos e que supervisiona o homem mais poderoso do Irã, aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país.

"O Irã está pronto para realizar negociações se não forem feitas exigências prévias."

O governo iraniano deu indícios de que pode retirar-se do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (NPT) se uma resolução com ameaças de sanção for adotada pelo Conselho de Segurança.

O Irã, quarto maior exportador de petróleo do mundo, não respondeu ainda a uma oferta de incentivos comerciais e tecnológicos a serem concedidos caso abandone seu programa de enriquecimento de urânio. A proposta foi feita em junho, e a falta de uma resposta fez com que o caso fosse enviado ao Conselho de Segurança.

O país afirmou várias vezes que avaliaria a proposta de incentivos, mas observou que o ponto central do pacote — a exigência de que os iranianos abram mão do enriquecimento de urânio — era inaceitável. O Irã diz que responderá à proposta até 22 de agosto.

"Envolver o Conselho de Segurança na questão antes de o Irã ter respondido à oferta prova que a oferta toda é malévola e enganosa", disse Khatami.




Fonte: EFE

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