Depois de nove dias de atentados, Santa Catarina registrou a primeira noite sem ataques a prédios públicos, ônibus e forças policiais. O feriado de carnaval parece ter "decretado uma trégua" no estado em meio à segunda onda criminosa que envolve veículos incendiados, tiros e coquetéis molotov em 26 diferentes cidades. Entre a tarde de sexta-feira (8) e a madrugada de sábado (9), o clima de insegurança deu lugar à alegria dos foliões, que, espalhados por blocos de rua e festas fechadas, aproveitaram sem incidentes.
Após 83 ataques em diferentes pontos do estado, não foi contabilizada pela Polícia Militar nenhuma ocorrência relacionada a atentados até as 7h deste sábado.
A última ocorrência foi em Rio do Sul, no Vale do Itajaí, quando um ônibus foi incendiado. Segundo a Polícia Militar, o caso aconteceu por volta das 12h50 desta sexta, no bairro Progresso. De acordo com os policiais, o ônibus estava parado no ponto final. O motorista e o cobrador estavam descansando, quando foram rendidos por seis homens, que os mandaram descer. Em seguida, os criminosos atearam fogo no veículo, que foi destruído pelas chamas.
Ainda nesta sexta, o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, anunciou a transferência de 20 detentos de unidades prisionais catarinenses para presídios federais. Por questões de segurança, o governo não divulgou nomes de presos e a data de quando a atividade será realizada. A decisão foi tomada em conjunto com o governo federal ao longo da semana. A medida objetiva combater a segunda onda de atentados que ocorre no estado.
Entenda o caso
A segunda onda de atentados em Santa Catarina teve início na noite de quarta-feira (30), no Vale do Itajaí. Até agora, foram confirmados pela Polícia Militar 83 ataques. Veículos foram incendiados e foram disparados tiros e jogados coquetéis molotovs contra prédios públicos. As ocorrências foram registradas em 26 municípios: Navegantes, São José, Florianópolis, Criciúma, Itajaí, Palhoça, Camboriú, São Francisco do Sul, Laguna, Araquari, Gaspar, Joinville, Balneário Camboriú, Jaraguá do Sul, Maracajá, Ilhota, Tubarão, Chapecó, Indaial, Brusque, Blumenau, Garuva, Bom Retiro, São Bento do Sul, Rio do Sul e São João Batista.
O policiamento foi reforçado em todas as regiões. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a suspeita é que as ordens sejam comandadas por uma facção criminosa e partam de dentro dos presídios. As autoridades investigam a relação dos ataques com denúncias de maus-tratos no Presídio de Joinville e com transferências de detentos no sistema prisional do estado. Em Joinville e Florianópolis, são feitas escalas especiais de escolta para os ônibus do transporte coletivo.
Em novembro de 2012, quando aconteceu a primeira onda de atentados, durante sete dias foram confirmados 58 atentados em 16 municípios catarinenses. Os ataques cessaram depois do anúncio da saída do diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara.
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