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Esportes
Sexta - 28 de Julho de 2006 às 08:21

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O programa contra o doping ciclismo foi criticado na quinta-feira por Dick Pound, chefe da Agência Mundial Antidoping (Wada), após um exame no vencedor da Volta da França, Floyd Landis, ter dado positivo para o hormônio testosterona. "Demos sugestões à UCI (União Ciclística Internacional) sobre o que vemos como falhas graves em seus protocolos de exames", disse Pound por telefone de seu escritório em Montreal.

"Dissemos que talvez uma das razões pelas quais não estavam encontrando o número de testes positivos que deveriam é porque tinham defeitos no processo", acrescentou.

O ciclismo foi abalado novamente na quinta-feira, quando a equipe Phonak, de Landis, anunciou que o teste no norte-americano havia dado positivo para o hormônio masculino.

Se a contraprova de Landis confirmar o resultado, o ciclista de 30 anos certamente perderá a sua vitória, tornando-se o primeiro vencedor da Volta da França a ser desclassificado por doping.

Mesmo antes da corrida, o alemão Jan Ullrich, o italiano Ivan Basso e vários competidores tiveram de desistir de participar em razão de uma investigação de doping na Espanha. Pound não disse que a Wada perdeu a confiança na modalidade, mas afirmou que é preciso fazer mudanças. "Primeiro ele precisam admitir que há um problema que eles não foram capazes de controlar", afirmou.

"Nenhum esporte está imune, mas o ciclismo certamente tem uma alta proporção de doping", destacou.

Ele acrescentou que outros esportes problemáticos nesse sentido são o levantamento de peso, atletismo, futebol e natação.

Indagado se os casos de doping vinham tirando a credibilidade do público sobre o desempenho dos esportistas, ele respondeu: "Estamos colhendo o que semeamos".

"Deixamos este problema sair do controle nos anos 50, 60, 70 e 80, e agora pagamos o preço. Quando grandes desempenhos ocorrem, as pessoas desconfiam", afirmou. "Temos de conquistar de volta a confiança do público."

Pound disse que as autoridades antidoping não devem abandonar essa luta.

"O esporte está diante de uma queda em espiral em que os esportistas se tornam cada vez mais como gladiadores, fazendo exercícios que não têm significado e ficando cada vez mais violentos", completou.





Fonte: Reuters

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