Dentista é indenizada em R$ 12 mil por laudo errado
"Fiquei sabendo que podia sofrer uma embolia pulmonar em decorrência da doença que supostamente eu tinha. Durante dois dias, tomei um remédio do qual não necessitava. Por causa dele, passei a sofrer crises de hemorragia durante o período menstrual", afirma ela.
Os transtornos de Isabela não pararam por aí. A dentista se queixa também da oportunidade que perdeu de participar de um concurso por causa da recomendação de um hematologista de evitar intensas atividades físicas. Como a prova do Exército incluía testes de esforço, como corrida, ela preferiu abrir mão do concurso.
O erro do laudo médico só foi esclarecido seis meses depois, quando os pais de Isabela resolveram fazer um exame. Quando o diagnóstico deu negativo, a dentista começou a desconfiar que talvez devesse refazer o seu. "Cheguei a cogitar que meus pais não fossem meus pais. No fim das contas, o alívio foi grande, mas a revolta também. Afinal, perdi concurso, sofri hemorragia e ainda desconfiei dos meus próprios pais", afirma.
O processo de indenização que Isabela abriu contra o laboratório já foi julgado procedente em duas instâncias. A última delas, dia 18. Mesmo assim, ressalta o advogado e pai da dentista, Jorge Orlando Ferreira da Costa, ainda cabe recurso.
De acordo com o advogado Fernando Charneaux, que representa o laboratório, o equívoco cometido pela empresa não gerou danos à saúde da paciente, nem a medicação que ela tomou acarretou qualquer prejuízo. "Assim, não basta que haja o erro para que surja o dever de indenizar. Para o Direito é necessário que haja o dano", observa.
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