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Saúde
Sexta - 28 de Julho de 2006 às 05:23

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O Conselho Federal de Medicina (CFM) está finalizando resolução, cuja versão preliminar deve ser apresentada hoje na capital paulista, propondo que o médico a limite ou suspenda tratamentos e intervenções que prolonguem a vida de pacientes considerados terminais, sem chances de cura. A medida teria de ter a autorização do paciente, seus familiares ou representante legal.

A minuta da resolução que será divulgada hoje em fórum sobre terminalidade da vida, afirma que é "permitido que o médico limite ou suspenda tratamentos e procedimentos que prolonguem a vida do doente, em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal". O mesmo texto afirma ainda que, em caso de morte encefálica de pacientes que não sejam doadores de órgãos, os aparelhos que os mantêm vivos devem ser desligados.

O precedimento, conhecido como "ortotanásia", prevê o cancelamento de recursos que prolonguem artificialmente a vida de doentes desenganados. Nesses casos, defende o CFM, o médico deve simplesmente adotar procedimentos para controlar a dor dos pacientes - mediante concordância dos mesmos e de seus familiares -, em vez de empreender esforço para prolongar a vida.

Um proposta semelhante, apresentada em 2005 pelo conselho médico paulista, foi contestada pelo Ministério Público Estadual, que considerou a medida uma forma de eutanásia - prática ilegal de interromper a vida de pacientes sem chances de recuperação.

Para embasar a resolução, o CFM evoca a Constituição para afirmar que "ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante".

Segundo Roberto D´Ávila, diretor do Conselho Federal de Medicina, a resolução será posta em dicussão com a sociedade. D´Ávila defende a medida, dizendo que a norma tem por objetivo tranqüilizar os médicos quanto à decisão de interromper "obstinação terapêutica desnecessária".

Há casos conhecidos de ortotanásia - doente de câncer, o ex-governador paulista Mário Covas preferiu ficar em um quarto normal e não na UTI em 2000, quando morreu.




Fonte: Terra

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